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Vida e morte um processo

   Hoje preciso falar de morte. Não é um assunto agradável e nem desejado, a não ser para os que estudam o tema .

    Morrer é o fim de tudo. Acabou! Irreversível!

    A chama da vida se apaga e a escuridão nos leva ou nos chega grande e profunda, assim o é, fisiológicamente, não vou entrar no mérito da questão espiritual, pois cada um tem sua visão de morte, e trata do assunto de acordo com o que sente e busca em alguma religião esta ligação com o divino após o fim.Questão de foro intimo e muito particular.

   O que me traz a esse tema é a sensação de perda e as fases que vivenciamos no momento.

    Dias atrás tive uma perda familiar que me deixou abalada, afinal , pai sempre é um elo muito importante no clã familiar, mesmo que esteja ausente - não era o caso do meu, sempre presente e depois de um periodo de dor e sofrimento devido a doença, ele se foi. Triste momento. Ainda tenho a imagem do mesmo no seu último  dia.

     Soube através do site que um escritor conhecido e muito querido por todos, sempre gentil e atencioso, também partiu e, renovo meus sentimentos de pesar a familiares e amigos mais próximos. Realmente, a morte é impactante. Nos deixa desconcertado, mesmo sabendo que a pessoa estava prestes a deixar este mundo como é o caso do meu pai, ainda assim, sentimos atônitos  no momento.

   Ontem, também veiculava a notícia do ataque de um estudante numa escola em São Paulo, onde uma professora ferida veio a óbito, isso me deixa consternada, mesmo não conhecendo a pessoa, o modo como ele  foi morta é  revoltante.

    Enfim, tudo isso só para citar o básico que a morte mexe com a gente, deixa o coração pesado e vivenciamos as fases do luto, que são necessárias para lidar com essa perda.

1)  Negação

2)  Raiva

3)  Barganha

4)  Depressão

5)  Aceitação

   Aqui não vou detalhar as fases, visto que, estas são bem conhecidas e na internete há muitas publicações para o tema para quem deseja saber mais e com mais detalhes.Aqui, só uma breve citação:

   Negação é quando nos sentimos indignados com o evento e negamos o acontecido, como se   o "eu" não quisesse aceitar tal fato, mesmo sendo comprovado e visto. È normal a negação

   Raiva quando perdemos um ente querido de forma brusca e violenta ou mesmo adoentado, mas sentimos raiva por achar que ainda não era hora da partida, que havia algo a ser feito; a raiva é algo que deve ser trabalhado no momento e não pode ser tida como irracional, pois traz um sentimento forte que precisa ser liberado, claro tomando cuidado para a pessoa não se ferir ou ferir outros, mas a raiva faz parte do processo.

   Barganha é um especie de troca, como já ouvi dizer assim:Por que ele e não eu? Por que Deus não me levou e poupou minha filha? Exemplos, perfeitamente compreensiveis dentro do momento de dor e do processo do luto.

   Depressão chega num momento em que se vê que nada mudou e a situação é irreversivel e muita coisa não foi feita ou dita, ficando a situação de tristeza com o evento.

    Aceitação quando passamos a ver que o momento foi doloroso mas faz parte de um tempo passado, onde tivemos dor e sofrimento, mas a vida segue e temos que aceitar os fatos como o são.

  Essas fases não seguem, necessariamente, a sequencia, e tem pessoas que ficam "presas" a uma determinada fase, o que entrava seu desenvlvimento pessoal.Outras, não vivenciam algumas fases e outras ainda, reincidem nas fases já passadas. Neste caso, quando uma fase está se prolongando ou a pessoa não sabe como lidar com a situação que angustia, um terapeuta, um guia, um mentor, uma ajuda espiritual sempre é valida, pois ficar  numa fase implica sofrimento e não traz clareza de pensamentos, que surgem sempre "embaçados" pela sensação de perda o que compromete a vida do individuo em seus relacionamentos cotidianos e futuros.

  O luto é real e precisa ser vivido,com choros, murmúrios, desencanto momentâneo e tristeza, mas depois ele precisa ser superado e cada indivíduo vai superando suas dificuldades no seu tempo e, com ajuda de amigos e profissionais, a vida adquire outro tom, ainda que a saudade fique, o viver precisa sempre ser ressaltado para além do evento da finitude, mesmo porque a morte faz parte da vida, e tendo vida devemos prezar por esta e manifestar sua grandeza diariamente, cientes da sua brevidade e por isso precisa ser intensificada constantemente.





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