Andarilho



Olhe me aqui! Não me evite não…
sou um ser humano que precisa
de cuidados e atenção.
Meu corpo esquálido e fraco
assusta eu sei, vivo também
eu espantado!
Saúde debilitada, numa feição
anêmica, que a muitos afugenta.

Minha história não é bonita,
mas dolorida.
Aqui vivo como um pedinte.
Despertando em uns ojeriza,
em outros, compaixão e dó!
Meu viver é triste e sombrio
uma negritude que 
atormenta a alma 
Só tenho Deus, e a rua 
como companhia.
Sinto -me refém desse movimento
itinerante do vai e vem dos cidadãos
que veem em mim, 
apenas mais um humano
fracassado para exibição.
Confesso, estou exausto
De dormir ao relento e ser mais
um andarilho do asfalto.

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