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Escritos de gaveta

 


 Já escrevi por aqui que nao estou lidando bem com essa quarentena forçada ou confinamento sob decreto, claro que sei da importância de tais medidas drásticas e para salvar vidas temos até que provar e digerir esse amargo " remédio ".

Como sou uma pessoa de rotinas, e a situação por ser inusitada e nunca por nossa geração vivenciada , me desestruturou muito. Desde o inicio da pandemia, aqui em São Paulo,  onde o governo editou decretos já em março do ano passado, estamos vivendo situações estranhas e díspares. Eu, que antes saía do expediente e vivia a perambular pela cidade, uma hora aqui  outra acolá,  resolve uma coisinha aqui, vai em outro lugar, me vi forçada a frear tais aandanças - que eu fazia para resolver questões rotineiras e também apreciar o dia - enfim, parei. No que diz respeito ao meu serviço,  desde então,  já  trabalhei em dupla, sozinha e agora em home office, quebrando regras ou se adaptando a novas regras desses tempos pandêmicos. Graças a Deus mantenho meu ganha pão, por isso não posso me queixar. 

Minha saúde e da minha família vai bem, obrigada, mas confesso me vi afogada em preocupações diversas, tanto em relação a família e no aspecto comunitário, pois se o vírus atinge um determinado grupo podemos nos contaminar facilmente; isto gera muita ansiedade, o que acaba prejudicando ainda mais a minha interação nesse momento, nem a poesia está sendo poupada, visto que, fiquei sem inspiração.  A mudança de rotina também afetou aqui  em casa, pois meu filho adolescente sem aulas e sem atividades em grupo, se tornou mais genioso o que demanda mais atenção,  tanto pela fase em si , como pelo conjunto emocional do mesmo, sempre muito timido e sensivel. 

Escrevo essas linhas talvez para desbafar, dizendo que a situação me atinge de forma muito forte, sei que não sou a única,  e claro, tem muitos que lidam melhor. Em meio a tantas imprecisões, desconstruções do antes " programado", estou tentando levar da melhor maneira possível, para tanto, tenho lido alguns livros ou textos aleatórios,  assistindo videos mais "motivacionais " e procurando  ainda me adequar nesse contexto estranho e improvável que todos nós estamos vivendo.

De qualquer forma agradeço o espaço e  a atenção nessas linhas, e espero que dias melhores se apresentem nesse cenário conturbado. Que vidas sejam poupadas e a convivência humana seja restaurada.  









 

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