Pular para o conteúdo principal

EVA




Eva era uma moça que no auge dos seus 21 anos chamava a atenção por onde passava, nem tanto pela beleza, pois era uma beleza comum e própria da idade, mas tinha ela trazia consigo uma simpatia, um charme que despertava olhares, de olhos azuis e cabelos loiros escuros anelados, sua face rosada com algumas sardas na pele alva, eram o trunfo dessa moça que nem apesar de saber da sua graça, não abusava e por vezes, com timidez até de muitos olhares se desvencilhava.

Ela que estava cursando arquitetura, gostava muito de música, passeios no parque, cinema, fazia academia, tinha gosto por flores e animais, embora sua mãe não quisesse nenhum animal em casa, devido a uma forte alergia da qual sofria, Eva se desmanchava de dengos ao ver um cachorrinho quando ia passear pelo parque, ou quando frequentava a cada de alguma amiga pegava um gatinho ou cachorro e ficava a acariciar, quando este não demonstrava animosidade.

Desde os tempos do colégio, ela sempre foi tida como boa companhia, ótima amiga, e um pessoa cheia de vida, Eva sempre agrada com seu simpático e carinhoso, o que dá uma sensação acolhedora quando nós com ela trocávamos confidências e falávamos de nossas vidas, conflitos e expectativas. Nunca foi namoradeira, pelo contrário, nós até dela tiramos algumas vezes, sarro, por ser mais sisuda e reticente, mas ela sempre tirou de letra, dizendo que um dia encontraria quem fizesse seu coração se enamorar de fato, até lá, não tinha muita vontade de ficar trocando de parceiros.Sabia que um dia haveria de conhecer alguém com quem quisesse compartilhar sua vida,quem sabe até envelhecer... enquanto isso, levava a vida com expressivo bom humor, simpatia e desprendimento.

Endrigo era conhecido como um rapaz bem legal. Tinha um grupo de amigos, saía para badalar, bom papo, curtia aperitivos e futebol e ,quando tinha oportunidade no litoral, gostava de velejar. Já ia ele lá pelos seus 28 anos, um era tido como um bom partido para algumas moças do edifício onde morava com seu velho pai. Nico, como era chamado carinhosamente pela família e pelos amigos, tinha um altura compatível com seu peso, era um tipo “atlético”, de cabelos fartos e castanhos, e grandes olhos negros. Rapaz de bom temperamento, muito sociável, comunicativo e empreendedor nato, desenvolvia uma “startup” de gerenciamento de transporte de cargas, a qual seguia muito bem dado o empenho de Nico e seu amigo Fernando.Em seu tempo livre, Nico, se divertia muito, era muito namorador e muito paquerado, cobiçado e pelas mais fogosas atiçados, o que para ele só confirmava o que ele sempre dizia a seu velho pai, que seu coração era livre e não tinha vontade nenhuma de se prender a uma relacionamento mais duradouro e sólido.

Num dia de chuva, se esbarraram na estação de metrô. Uma troca de olhares foi o estopim para desencadear algo que ela acalentava em seu fecundo coração. Endrigo, se encantou com a imagem e com o todo da moça. De lá para cá, foram trocas de mensagens, passeios, encontros, declarações e muita gamação por parte do casal de jovens, que se via logo de inicio, havia ali o cupido acertado o alvo.

Para Endrigo, Eva se tornara a primeira mulher a provocar nele essa sensação tão leve, gostosa e empolgante que só o amor pode causar. Ele via nela uma mulher com quem quisesse mesmo ficar, sem impor tempo ou apenas passar o tempo; das baladas e dos namoros furtivos ele nem sentia falta e nem mais se lembrava. Para Eva, ele era a personificação do que tanto aguardara.

Como o amor é providencial, não demorou muito tempo para tudo entre eles se ajustasse a demanda de anseios e sonhos de ambos nesta relação que eles compartilhavam. O amor inspira comprometimento, e sim, eles  se permitiram a tal, sem nenhum porém ou hesitação.

Agora, não muito surpresa, mas muito feliz pela amiga e seu destino,me vejo com um convite em mãos , onde um estilizado EE, escrito de modo requintado convida-se para o enlace matrimonial de Eva e Endrigo.







Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Apresentação

A vida é uma grande viagem, com direito a várias paradas em estações a escolher; nem sempre podemos optar por não levar bagagens conosco, outras vezes, temos a escolha e nos quedamos frente à muitas objeções e contestações externas, sobre o que carregarmos e até onde podemos levar tudo que amealhamos em vida, sejam os laços sanguíneos, de amizade, ou coisas materiais, que nada podem agregar ao sentido pessoal da nossa viagem. Por entre vias, veredas e atalhos, vamos seguindo nesta "nave" com direito a erros e acertos, conquistas e perdas, nada é terminal, a não ser a própria finitude em si. Depositamos na vida todos nossos anseios e sonhos, e na viagem, temos muitos felicidades e também dissabores, entretanto, somos nós autores desta escrita diária que se faz com lágrimas de alegria ou tristeza, sempre imprimindo uma nova ordem a um caos interno que buscamos o tempo todo apaziguar.  Somos etéreos em espírito, somos humanos falhos e aprendizes.  Vamos seguindo ora...

Lilian

Uma coisa é fato, quando se tem alguém na família esperando bebê ou uma amiga nesta fase, a primeira pergunta que se faz é sobre o sexo da criança, e logo em seguida, a mais comum de todas, já escolheu o nome? Houve uma época, em que não se tinha muita preocupação com nomes próprios, escolhendo o básico de acordo com a cultura local, hierarquia familiar ou conceitos religiosos. Assim foi na minha família pelo lado paterno, onde os nomes seguiram uma questão alfabética e também respeitando as homenagens a antepassados. (Antonio, Alice, Alfredo e Isaura), e assim não fugindo muito ao preconizado na época para nomear os bebês. Nas gerações posteriores, na minha família, claro, houve mudanças, pois com o conhecimento de outras culturas e a leitura de livros sobre o tema e mais recentemente, a busca no site de nomes próprios, há uma mescla de nomes de origem norte-americana, francesa e até misturaram nomes com radicais indígenas, para criar algo específico para a criança ab...

Diário de bordo

   O mês de maio avança no calendário, e temos noticias daqui e do outro lado. Em terra "brasilis" perdemos o expoente do espiritismo, Divaldo Franco, partiu para o mundo espiritual num dia 13 de maio, vitima de complicações advindas de uma doença no trato urinário, e pese o fato de ser um pessoa de idade avançada, 98 anos. Divaldo semeou a fraternidade e comunhão como poucos, se dedicou mais de sete décadas ao estudo e disseminação do espiritismo, atendendo pessoas em situação de conflitos, outras com problemas físicos e psíquicos, além de marcar por onde passava com seu carisma a máxima da doutrina espirita, sem caridade não há salvação. Foi exemplar na sua conduta e postura com o ensinamento.   Tivemos outros fatos marcantes, como a eleição do substituto do Papa Francisco, agora um Papa norte americano, com  vivência na América do Sul, por mais de três décadas, mais precisamente no Peru. Robert Francis Prevost, agora é Papa Leão XIV, nome escolhido por suceder Leã...