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Doce & Amargo

Sabemos que há uma linha divisória, que separa a cor do incolor; a vida da morte; o insipido e o gostoso, mas vejo que por mais que tentemos fincar gosto ou preferência por algo, sempre vem um apelo externo com argumentos, nem sempre plausíveis e até muito duvidosos, questionando tal feita.

Digo isto, para registrar uma situação muito comum, desde dos primórdios da humanidade e, claro, com essa onda de internet,  ficou massiva e excruciante.  A mania de rotular ou estereotipar um indivíduo. Simples,  eu gosto de café  amargo, porque tem menos calorias e também aprecio o sabor do fruto, em seu processo de coagem e filtragem. Pronto, já  dizem, ela gosta de café amargo, porque é amarga e chata. Se adoço o café,  já me dizem, ( e dizem a outros também), um café doce pressupõe amabilidade e, assim estou apaixonada!  Está rotulado o modus operandi de apreciar o café.

Se uma pessoa escolhe uma blusa vermelha,  lá vem a insinuação , será que está  paquerando e quer ser vista?!?  E mais comentários "pecaminsoso", Também é tão exibida! Se a pessoa escolhe preta.Coitada! Deve estar sofrendo  ou pesarosa, quem sabe deprimida... Este lance da depressão é cruel mesmo, fico horrorizada em ver tantos comentários em conversas aleatórias sobre fulano ou sicrano, porque está mais pensativo e até  chora,  Pimba! Diagnóstico pronto! Depressão. Se está alegre e eufórico e isto incomoda muita gente,  o fulano ja é tachado de Bi polar, Transtorno de ansiedade e até Borderline. Vixe! Não se pode chorar sem estar deprimido,  gritar e cantar sem estar  Ansioso. Claro, esses transtornos mentais e disfunções de estados emotivos são o grande Boom do século, mas alto lá, devemos maneirar um pouco ao tachar e cuidar para não enveredarmos por esse caminho, podemos fazer mau juizo da situação e criar outros problemas. Um profissional sabe melhor avaliar, no máximo podemos oirentar a procurar um especialista e essa orientação deve ser feita com cuidado e não de forma espalhafatosa e ruidosa.

Outro dia, escrevi um texto com teor mais pesaroso e pronto lá vem a " voz" da sociedade ditar que faltava Deus nos meus caminhos,  pode isto? Falta de noção  ou seria uma  afetação sistêmica que toma conta do mundo e faz o ser ver, ler e ouvir, e inferir coisas suas nos objetos, conceitos e tons do outro? Sei lá,  fica a dúvida.

A sociedade evolui,  mas trouxe consigo hábitos ou comportamentos ancestrais e destes, creio, não nos livrarmos nunca, porém,  se houver uma ponderação,  podemos expressar nossa opinião  e por que não,  contanto que não  levemos a reboque no  olhar e palavras conteúdos nossos tão arraigados e pessoais ao simplesmente,  citar uma preferência ou fazer menção a uma escolha.

Nem tanto ao mar, nem tanta a terra ...vamos, moderar  e nos encantar com o que a vida nos dá.  Parafraseando, acho que vale mais este conceito.

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