Pular para o conteúdo principal

Entre fracassos e vitórias, a vida segue.


Observando o calendário, vejo que faltam poucos dias para encerrarmos mais um ano, um ciclo. Quantas coisas vividas em mais de três centenas de dias, e quantas coisas aconteceram, ganhos, perdas, lágrimas, risos soltos, tudo numa mescla que engloba o viver.

Todos estamos enfrentando nossas crises, de uma forma ou de outra, guerreando com nossos demônios internos, tentando ganhar e driblar as derrotas, evitando assim, o sofrer, e assim vamos tropeçando aqui e ali, e nos levantando, para podermos seguir.

Isto tudo me faz refletir sobre o ser humano e sua eterna busca de satisfação. Claro, somos compelidos, ontologicamente, a prezar pela satisfação dos desejos, seja ela qual for. Isto nos causa, muitas frustrações, e vamos acumulando um tanto, e chega um momento que temos que dar um basta em tudo e mudar, alterar o rumo, os dizeres, o viveres, e tudo que nos cerca.

Ao lidarmos com doenças, desemprego, falta de dinheiro e todas as intempéries que assolam a vida cotidiana, de uma forma geral, nós nos pegamos, por vezes, desanimados e sem visão de um futuro mais, suave e próspero. Quando mergulhados na tormenta, nossa visão se turva, e aí que vem o grande achado, se conseguimos através de contatos com amigos, laços afetivos verdadeiros, familiar ou não; uma crença em algo maior, na força universal, podemos nos desvencilhar e com nossos próprios conteúdos criarmos outras nuances de vida.

Uma vez li um livro do Leo Buscaglia , intitulado, Vivendo, Amando e Aprendendo, em que este resumia que toda situação de desespero e caos, gera a possibilidade de colorirmos nosso viver com outros tons, e assim o é, depois de passar por episódios críticos onde um familiar adoece, e o núcleo familiar se desintegra em virtude de tal fato, resta-nos buscar em nosso interior as forças matrizes que impulsionam o viver, alterando rotinas, fazendo adaptações, criando menos expectativa e sendo mais atuantes em prol do ser como um todo.

Um núcleo familiar onde paire a desunião, um ente familiar querido que fica adoentado, desemprego, insatisfação com o trabalho, gravidez não planejada e não esperada, onde recai sobre o casal, uma carga não antes antevista, e muitas outras coisas, podem nos tirar o chão, e ficarmos prostrados, atônitos e no desalinho sucumbirmos ao descuido e atonia. Tudo passa e mesmo que leve anos, será um aprendizado, de tudo tiramos lições de vida. Tenho um familiar desempregado há anos, e claro, o pouco que ajudamos não é suficiente, porém com energia e mantendo o foco no amanhã, sempre se abrem novas possiblidades, e este agora, vislumbra uma tênue mudança em seu futuro, pequena, mas é a base para se acreditar que sempre haverá um dia melhor, e hoje não foi, amanhã será.

As dúvidas, medos e receios diversos, são a oportunidade para analisarmos o que queremos, ver nossas possiblidades no momento, e sermos coerente com a tomada de decisão, pois alterar e mudar os caminhos da vida, muda nossa visão, e nisto consiste a beleza e valor da jornada, no caminho e não na chegada, na dúvida e não certeza, que não existe em absoluto, está no meio e não fim, e assim com este sentimento de interatividade com nossos sentidos mais positivos, vivemos de forma mais humana e rica. Não há vergonha nenhuma em mudar planos, deixar em segundo plano sonhos outrora acalentados e desejos por nós, estimados, o que não podemos deixar é a chama da vida se apagar, através dela, sim, os olhos, anseios e desejos podem ser concretizados, se não for o momento, será a manhã, se não for neste mês será no mês seguinte, e assim alimentarmos a sensação vital para raça humana, a esperança, sempre alicerçada em ações pró ativas.

A capacidade de cada um é singular, todo têm, mas uns conseguem manifestar outros não, assim, a audácia e coragem se fazem primordiais neste quesito de se aventurar em novos rumos, depois de episódios de dor, desesperança, frustrações e angústias, alterando aquele cenário desagradável e inviável, mudando o foco de nossa vida; assimilando valores mais positivos e construtivos, mesmo com uma carência de coisas materiais ou afetiva, podemos nos reestruturar e alicerçar um novo ser, diante de uma nova visão do viver.
















































Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Apresentação

A vida é uma grande viagem, com direito a várias paradas em estações a escolher .Nem sempre podemos optar por não levar bagagens conosco, outras vezes, temos a escolha e nos quedamos frente à muitas objeções e contestações externas, sobre o que carregarmos e até onde podemos levar tudo que amealhamos em vida, sejam os laços sanguíneos, de amizade, ou coisas materiais, que nada podem agregar ao sentido pessoal da nossa viagem. Por entre vias, veredas e atalhos, vamos seguindo nesta "nave" com direito a erros e acertos, conquistas e perdas, nada é terminal, a não ser a própria finitude em si. Depositamos na vida todos nossos anseios e sonhos, e na viagem, temos muitos felicidades e também dissabores, entretanto, somos nós autores desta escrita diária que se faz com lágrimas de alegria ou tristeza, sempre imprimindo uma nova ordem a um caos interno que buscamos o tempo todo apaziguar.  Somos etéreos em espírito, somos humanos falhos e aprendizes.  Vamos seguindo ora...

Doce atrevimento ( Poesia nº 10)

                Na delicadeza dos toques teus sinto a leveza do amor que permeia  nessa intimidade doce e atrevida   Demoradamente me atiças na maciez dos lençóis me excita a suavidade aquece e incendeia  Atrevimento dos desejos em desalinhos   delicadezas e arroubos em uníssono fluindo    

O coelho e a raposa (Uma fábula atual)

Era uma vez um coelho, que não era branco e nem de conto de fadas. O coelho que não era branco se "amigou', se é que isso é possível no mundo animal, por uma raposinha dourada, que encontrou, por acaso, escondida na floresta. Ela, a raposinha, era pequena e ágil, mas só isso a caracterizava como tal, pois era muito medrosa e vendo o coelho que não era branco, andar por entre os arbustos, se escondeu. O coelho pressentiu que alguém o espreitava e não teve medo, foi tentando identificar pelo cheiro o que havia ali. Cheira daqui, cheira dali, o coelho que não era branco, entre galhos, amontoados,  folhas e ramos foi procurando. Até que achou encolhida, de olhos espantados,a raposinha dourada que estava numa fenda entre de uma pedra. - Ei! O que houve? Quem é você? Por que está escondida? Venha cá. A raposinha sentindo-se ameaçada tentava encontrar um meio de sair dali.  O coelho que não era branco, percebeu que a sua " amiguinha" de exploração era muito tímida ou medros...