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Distância



Nem tão perto, nem tão longe, distância embora uma grandeza física, é algo que impõe um certo caráter subjetivo, e por que Não?

Fisicamente, distanciar é se afastar, ficar longe das vistas ou pelo menos, fora de contato visual, embora muitos ainda tenham videos e gravações com pessoas queridas que moram longe, por vezes, em outros continentes; ficar longe implica manter esta distância, quer seja medida por metros, quilômetros, ou milhas.

O sol está longe da Terra, tem uma distância estimada em 149.600.000 Km, algo inviável nos cálculos cotidianos, uma distância que é de primeira grandeza, isto sem contar os demais astros celestes, como o planeta Netuno, que tem uma distância calculada pela Nasa em relação a Terra em torno de 4 bilhões de km, o que está muito além da nossa froça propulsora de impulsão e também de criação de cenários hollywoodianos, acerca do clima e de toda aparência do planeta longínquo.

No tocante a impressão sensorial, a distância pode ser reduzida e, até este tal planeta poderia em nossa fantasia e espiritualidade estar mais próximo e sentido como mais presencial do que na verdade o é, fisicamente. A distância implica um sistema de medidas que podem variar de metros, quilômetros, milhas, jardas, léguas submarinas entre tantas outras denominações da grandeza física, o que para quem sente e usa a parte sensorial pouco importa, pois podemos estar perto de alguém e nos sentirmos distantes, e o contrário também, estamos tão longe, mas os pensamentos são voltados para o objeto ou ser que almejamos encontrar, e neste afã, a distância torna-se pequena, embora possa ser oceânica, tudo tem seu lado subjetivo. eis o motivo de nos magoarmos e nos sentirmos saudosos e sentidos... a sensação de pertencimento e contato, que mantemos através dos sentidos, contando com nosso sexto sentido.

Pra mim, embora a distância seja algo matemático e muito  bem calculado, ainda me pego com o romantismo em que o coração mergulha em imagens do passado, outras ainda acalentadas, e isto contribui para ter a sensação de distância diminuída e lá no peito, no coração, cria uma imagem cativa,mesmo longìnqua e intocável, então a distância diminui. Nas poesias e nos romances escritos ou televisionados, a distância é um mote de muitas  obras de amor e devoção, e como vibramos quando nos final, o casal se reencontra depois de rodar mundos e fundos; o mocinho regressa depois de uma guerra inconsequente; as personagens se reencontram após um filme todo separados e distanciados,e ficamos emocionados, pois a distância é algo que machuca mesmo, e senão houver a mínima chance de recuperação ou encontro, ficamos a mercê da fria e aritmética física, propriamente dita.

Li uma vez um livro chamado, Longe é um lugar que não existe, de autoria de Richard Bach, e nas poucas folhas do livro, o autor nos leva nesta sensação de pertencimento e ausência em que nosso coração se faz passageiro. Concordo com ele, longe é um lugar que não existe, se tiver a sensação de proximidade tão acalentada em si, que qualquer medida de espaço não poderá cobrir.

Para encerrar,  eu que sou fã do Roberto Carlos, o cantor, vou ouvir  A distância, canção onde o Rei se esmera em se debulhar de saudades de um amor distante e cria aos poucos a sensação de desamparo, por não ter esta dualidade, tão famosa e ardorosa, de quem ama e sente saudades, sendo recíproca a sensação.Com todo respeito aos físicos e matemáticos, e aos amantes da ciência exata, dependendo do que está longe, a distância não se mede, se sente.






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