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Celeste

Findando o verão, apressados não temos tempo e nem paciência para apreciar as mudanças das estações. O sol indiferente a nossa apatia surge imponente e radiante todos os dias, eis que ele, a nossa fonte de vida, luz, calor e energia, nos dá a promessa de renovação.

Depois de tantas chuvas torrenciais, tempestades cessaram, a brisa suave e tépida invade as noites e dias neste país tropical, claro com uma extensão territorial imensa, temos locais onde as altas temperaturas são uma constante.

Aqui, na linha dos trópicos, nesta região passa o de Capricórnio, estamos aguardando a estação amena, o outono e sua beleza despretensiosa e muito envolvente.

As árvores já estão na silente espera da estação que as desnuda e transforma em tapetes de folhas, alamedas, ruas e avenidas, poucas ainda, pois em São Paulo, o concreto frio e cinza toma conta, tornando mais isolado e ausente o contato com as mudanças de estação, criando outro tipo de poesia.

No jardim em frente ao prédio, ipês, palmeiras e tamareiras já não tem o vigor de outrora. Nos ninhos, ainda prestigiando o sabor do momento, passarinhos fazem festa com sua cantoria e esbanjam aos sisudos e desatentos transeuntes uma ritmada sinfonia.

Eu, como fã do outono aguardo sua chegada com empolgação; clima mais ameno, dias e noites com vestígios de chuvas no telhado, sereno da madrugada e uma sensação mais agradável para se andar ao ar livre, passear de bicicleta, fotografar os pores do sol com um acolhimento mais sereno, devido a brisa reconfortante que envolve o lado ocidental nesta época.

Nós, humanos errantes, não damos tanta atenção e não agradecemos como deveríamos, as estações do ano. O verão, se finda, leva consigo, tempestades torrenciais, lama e caos que assolaram o país, desejamos uma trégua nas tragédias e festejemos o sol, a chuva, os ventos, a brisa, a lua prateada, o mar escuro e profundo e as plantas orvalhadas.

Vida agitada, tecnologia a mão, pouca disposição para coisas prosaicas e pontuais; notas presidenciais, noticiários com temas polêmicos, chacinas, medo e comoção.

Notícias e boatos que falam mais alto e tiram nossa atenção, são muito mais chamativos.

Vida que segue sob este vasto manto azul celeste.

                                                           

 

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