Pular para o conteúdo principal

Peneirando



 

Temos a confirmação pela ciência que nosso cérebro não acumula todas informações recebidas, pois nem teria como assimilar tudo em pontos de memórias ativas, sendo estas retrógradas e recentes. Muita coisa é descartada para um salutar desempenho do indivíduo como um todo, pois uma disfunção orgânica advém de estímulos elétricos do cérebro, e, portanto, este precisa estar atuante, mas não sobrecarregado.

Recebemos uma gama infinita de informações áudio- visuais, vindas em formatos diversos, sons, formas, texturas, cheiros e paladares, isto levando em consideração os cinco sentidos, e ademais temos as impressões, que são vestígios de uma intuição mais aflorada que também nos informa e muitas vezes não damos o devido valor. Bem, assim, temos a estrutura cerebral dando aquela “peneirada” nas informações recebidas, isto falando a grosso modo, e claro um filtro no sistema límbico propicia esta atividade, então acabamos por agregar coisa de mais valia ao contexto e que estejam mais de acordo com nosso comprometimento frente   à vida.

 Creio, que em tudo fazemos isto, ao ler um livro, filtramos muita coisa, por vezes, lemos um capitulo e deste absorveremos uma frase impactante que tem conexão com o restante do conteúdo da história. Em casa, nos nossos afazeres domésticos, também fazemos esta filtragem, quer seja pela necessidade imperiosa de dar cabo da demanda das tarefas, quer seja pelo fato de administrarmos   o tempo para dispormos de momentos de cuidados nossos e pessoais, que sabemos ser de suma importância, porém nem sempre plausível.

 Ao selecionarmos estamos tirando algo impróprio naquele momento ou que requer uma maior adequação ao que necessitamos no ato, ou mesmo algo nocivo e prejudicial. Fazemos isto ao peneirar um arroz no escorredor, para eliminar grãos não aproveitáveis; o trabalhador rural que peneira o café e faz assim, a seleção dos grãos mais robustos e maduros para a torrefação; o garimpeiro que na busca do metal precioso, faz uma rápida e, por vezes, agraciada peneirada da lama do rio. Selecionamos tudo e necessário o é, senão como escolher o que melhor nos adequa no nosso intento, desde frutas até amizades, a lista é infinita.

Aqui, navegando pelo site, também o fazemos, talvez nem por maldade ou falta de consideração para com o colega das letras, mas é uma forma de “garimparmos” alguns pérolas literárias, e tem muitas, pelo menos na minha humilde concepção de escrita, há ótimos escritores e textos, claro alguns ficam devendo, e nem sempre o autor está muito inspirado ou talvez, nosso desejo não alie ao texto procurado, também há a questão que nem tudo que escrevemos é de excelência, claro que não, tenho por mim, nem sempre o que rabiscamos merece as “estrelinhas”, mas a inspiração vem e a escrita vai, se produtiva ou não, vamos selecionando e amealhando ao nosso conteúdo o que mais nos toca.

Enfim, separando o joio do trigo, seguimos assim então, vivendo, amando e aprendendo, fazendo uma menção ao autor Leo Buscaglia, a quem peço licença, agrego o peneirando.












 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Apresentação

A vida é uma grande viagem, com direito a várias paradas em estações a escolher .Nem sempre podemos optar por não levar bagagens conosco, outras vezes, temos a escolha e nos quedamos frente à muitas objeções e contestações externas, sobre o que carregarmos e até onde podemos levar tudo que amealhamos em vida, sejam os laços sanguíneos, de amizade, ou coisas materiais, que nada podem agregar ao sentido pessoal da nossa viagem. Por entre vias, veredas e atalhos, vamos seguindo nesta "nave" com direito a erros e acertos, conquistas e perdas, nada é terminal, a não ser a própria finitude em si. Depositamos na vida todos nossos anseios e sonhos, e na viagem, temos muitos felicidades e também dissabores, entretanto, somos nós autores desta escrita diária que se faz com lágrimas de alegria ou tristeza, sempre imprimindo uma nova ordem a um caos interno que buscamos o tempo todo apaziguar.  Somos etéreos em espírito, somos humanos falhos e aprendizes.  Vamos seguindo ora...

Doce atrevimento ( Poesia nº 10)

                Na delicadeza dos toques teus sinto a leveza do amor que permeia  nessa intimidade doce e atrevida   Demoradamente me atiças na maciez dos lençóis me excita a suavidade aquece e incendeia  Atrevimento dos desejos em desalinhos   delicadezas e arroubos em uníssono fluindo    

O coelho e a raposa (Uma fábula atual)

Era uma vez um coelho, que não era branco e nem de conto de fadas. O coelho que não era branco se "amigou', se é que isso é possível no mundo animal, por uma raposinha dourada, que encontrou, por acaso, escondida na floresta. Ela, a raposinha, era pequena e ágil, mas só isso a caracterizava como tal, pois era muito medrosa e vendo o coelho que não era branco, andar por entre os arbustos, se escondeu. O coelho pressentiu que alguém o espreitava e não teve medo, foi tentando identificar pelo cheiro o que havia ali. Cheira daqui, cheira dali, o coelho que não era branco, entre galhos, amontoados,  folhas e ramos foi procurando. Até que achou encolhida, de olhos espantados,a raposinha dourada que estava numa fenda entre de uma pedra. - Ei! O que houve? Quem é você? Por que está escondida? Venha cá. A raposinha sentindo-se ameaçada tentava encontrar um meio de sair dali.  O coelho que não era branco, percebeu que a sua " amiguinha" de exploração era muito tímida ou medros...