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O amor,sempre o amor

"Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis."

Carlos Drumonnd de Andrade



Já tão propalado em versos, prosas e infindáveis textos, o amor sempre desponta como o sentimento mais sublime e mais abragente que se possa existir. Aqui, faço uma restrição ao amor de um homem e  uma mulher ( ou de dois seres humanos, para efeitos do politicamente correto).

Difícil explicar o amor, requer muitas suposições, ilações e sugestões que nem sempre conseguimos formular, então deixamos sempre o amor falar por si...e ele fala e muito, nós de cá, um tanto arredios com seu poder, é que não entendemos seu dialeto. Há também, muita ansiedade em relação ao  amor, uns creem que estão amando de fato, o que muitas vezes, não passa de uma torpe ilusão ou mesmo uma desmedida fixação.

O amor pode ser sentido, vivido, proibido, desmedido e até reprimido. Ama-se de várias formas, e aí, vai da subjetividade de cada um; há os que amam ardorosamente e se entregam ao amor de forma integral, também os que sofrem com o amor, dizem eles que são incompreendidos; não poderia faltar na berlinda o amor compartilhado, tão em sintonia com os tempos atuais, estes vem daqueles indíviduos que se dizem seguros e querem abraçar o mundo com os dois braços, duas pernas e um coração; estes não perdem as chances, e dizem amar uma, duas, três pessoas ou mais, pois não conseguem dizer quantos amores cabem em seu coração. Para estes, caberia o mundo, em tal relicário.

Não creio que se ame uma vez só, pelo contrário, podemos amar uma pessoa e nesta encontrarmos aquilo que dá a sensação que procuramos, de acordo com nossos desejos e expectativas de vida, e quando acontece na caminhada de nos encontrarmos com o cupido novamente, direcionados pela postura já alicerçada em primórdios do desenvolvimento emocional, por vezes, negamos - o que por si só é um péssimo meio de se lidar com isto -, outras vezes reprimimos, para não solapar algo que intrisencamente já havíamos construído,e tem casos em que nos aventuramos a experienciar tal demanda emotiva, perfeitamente justificada pela carência, monotonia, descrédito no meio familiar, onde este novo evento viria a toncificar uma vivência infima e improdutiva (SIC).

Deixamos nos envolver pelo amor, seja ele qual for e venha de onde vier, quando este destrincha o nosso "eu" todo elaborado, e se instala de maneira cativante, dando-nos a liberdade de escolha : Comigo ou sem mim. Pronto! Confilto instalado, ficamos então entorpecidos e, ali, sim percebemos quão frágeis são as barreiras restritivas que talhamos anos a fio, e que dificuldade  em dizer Não para o amor; seria loucura, todos sempre querem amar. Ficamos rendidos e ali na silenciosa  indagação, encontramos a resposta óbvia: Para amar temos que ceder ao amor.

Pode ser que a minha visão esteja desfocada da realidade, afinal, para falar de amor tem que focar no seu intento maior, que é dar felicidade ao outro, em breves momentos ou até que finde o sentimento, então confesso, não me ative ao seu proposito -mor, apenas identifiquei sua invasão e como se dá o enlace.

Creio que saber amar não é fácil, pois implica muitas coisas que nem sempre o ser está disposto a fazer. Há renúncias e um certo zelo para que o amor vivifique, senão virará somente letras  em calhamaços de versos chorosos a jorrar a esmo por aí. O amor germina, cresce e floresce, mas também morre; fenece ele pela falta de compartilhamento, há que se ter uma reciprocidade,senão, numa via de mão única, ele não consegue ser ladeado, e assim sucumbe.

Para finalizar vou encerrar com um grande cientista, que também sabia falar sobre o amor, pois esta prerrogativa nunca foi somente dos poetas e artistas em geral.

"Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo."

Albert Einstein

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