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Carisma



Quem já não conheceu uma pessoa que se destaca das demais; aquela pessoa, que a gente olha, admira e quer ser igual ou pelo menos ter um pouco daquele fascínio que ela desperta nos outros? Pois é, pessoas assim existem, a história registra inúmeros casos de personalidades, seja do cinema, da política, da religião ou mesmo atuando em corporações, que têm aquele algo mais, aquela “graça divina”.

A esta característica pessoal e inata dá-se o nome de Carisma, que vem do grego Kharisma (atos, graças, aquele que possui dons naturais), o que significaria de forma sucinta, simplesmente, Agradar.

Na religião convencionou-se chamar o carismático aquele provido de dons divinos, algo inacessível para poucos, convenhamos.

No campo laico, o carisma ganhou força com o sociólogo alemão Max Weber, que fundamentou sua tese, de que o carisma é um magnetismo, algo que impele os outros a acreditarem no que está sendo dito ou encenado, um poder de persuasão que o individuo dispõe e com o qual pode influenciar os demais. As pessoas denotam uma personalidade extraordinária no líder carismático e permitem que este exerça influência sobre elas.

Atualmente o exemplo mais notório de líder carismático que temos, é o Papa Francisco, quer seja você religioso ou não; cristão ou não; neste quesito ele consegue ser unânime. Outros exemplos se seguem, quem questionaria o carisma de Mahatma Ghandi?  Também se destacaram pelo carisma Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá e Paul McCartney. E aqui no nosso solo tropical, tivemos o carismático Betinho e na grande mídia, Sílvio Santos. E na política temos nomes de peso que se sobressaem, devido a esta capacidade de dizer o que as pessoas querem ouvir, e se fazer crer um “salvador”. Para ser um político de destaque e cair nas graças do povo há que se ter carisma, Lula, já deu exemplos de que possui, já Michel Temer sofre da falta do mesmo; Obama dispõe de carisma,já seu sucessor, Trump, de antipatia; claro, fica evidenciado aqui que carisma também não tem nada a ver com valores éticos ou morais,independe de caráter e não se pode considerar a idoneidade de uma pessoa somente pelo seu encanto pessoal.

A pessoa portadora desta capacidade de despertar e prender a atenção, necessariamente, não precisa ser uma pessoa catedrática ou com habilidades cognitivas acima da média; o carisma independe destes fatores, mas vez por outra pode vir aliado e fazendo com que o indivíduo se torne “Poderoso” na visão que outros têm dele.

Oradores e palestrantes bem qualificados e renomados fazem bom uso do carisma, assim também o fazem os líderes religiosos, em suas doutrinações e pregações, conseguindo alguns com seu fascínio, fazer com o que o devotado, adquira até um "lote" no céu .

O carisma exacerbado já muda nome torna-se fanatismo, e temos mostra do que ocasiona pelo mundo afora, e até vimos que a Segunda Guerra Mundial, teve em seu cerne o fanatismo de uma nação ou grupos, extremamente devotados e fascinados, pelo poder que o líder exercia e na cegueira, ceifou milhões de vida e marcou a história da humanidade de forma sangrenta e trágica.

Quem trabalha com Marketing e Propaganda sabe muito bem como é primordial para vender um produto ou validar uma marca, ter alguém carismático no comando do processo de mídia e exposição; assim como numa empresa, o líder consegue alavancar a produção e ter um aumento significativo de eficiência dos subordinados, devido ao seu poder de cativar e transformar desejos e anseios, em algo producente no ambiente de trabalho.

Para a Psicologia Social o carisma não é inato e pode ser desenvolvido trabalhando-se pontos essenciais do comportamento humano. Foi desenvolvida até uma tabela de conceitos para melhor ajustar a quem tem o interesse para aprimorar ou fazer “brotar” em si o tal carisma. Dá-se ênfase na empatia, pois sem conseguir se colocar no lugar do outro, vivenciar a dor do outro, fica impossível de atingir o estado emocional deste; saber ouvir também vem como um conceito ideal para ser uma pessoa carismática, pois há aqueles que ouvem o diálogo, maquinalmente, somente para tomar posse do discurso e se posicionar contra ou a favor de uma ideia, não interessando o que o outro falava, propriamente. Mas tudo isto só se concretiza de fato, se houver, um conhecimento de si mesmo, saber suas limitações, decidir enfrentá-las, destacar seus pontos positivos e fazer uso destes em prol de um segmento ou de um objetivo válido e coerente com suas convicções.

Não se deve confundir o carisma com o pragmatismo, pois este último, se baseia no alvo, no objetivo, no conceito da resolução de problemas de forma prática e imediata. Alguns notáveis que se destacaram pelo pragmatismo: Lênin, Einstein, Bill Gates e Steven Jobs. Todos estes propuseram suas ideias e construíram teorias para atender à um segmento ou à população e conseguiram seguidores e admiradores, disseminando a teoria mundo afora, sendo então, imortalizados.

O carismático tem assim seu poder de colocar os outros em evidência, algo que pode até parecer paradoxo, pois para isto ele se torna um no meio de todos, mesmo sendo um líder; consegue representar o “nós” em detrimento do “eu”; usa seu magnetismo pessoal para fazer com que no coletivo haja um sentimento de valorização.
 


Fonte de pesquisa:

Weber,Max.Ensaios de sociologia.Ed. Guanabara,RJ,1981
Diconário informal on line
Wikipédia

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