Falando de saúde ( Exageros ou restrições, os vilões)

 Transtorno alimentar


O transtorno alimentar é um comprometimento a nível mental que altera o comportamento do individuo, tornando - o suscetível a outras alterações em seu organismo, sendo questão de saúde pública e podendo agravar o quadro clínico do indivíduo, tendo para condutas médicas um código específico no CID 10,  F 150 (transtornos alimentares). O transtorno alimentar pode ocorrer pelo exagero em comer ou não comer nada. Com a mudança de comportamentos na sociedade, que começou com a Revolução industrial, o ser humano passou a comer fora dos padrões mais aconselháveis e saudáveis, como em fast foods ou comer em restaurantes, o que propicia uma alimentação menos regrada em termos de nutrientes. De forma mais frequente ocorrem em adolescentes e mulheres, causando, prejudicando seu convívio social e familiar, gerando ansiedade, fazendo assim a pessoa procurar em remédios e drogas uma resolução para seu "problema"; outras vezes quadros depressivos graves,  o que leva muitas vezes o paciente a óbito. 

Para efeitos de estudos médicos e clínicos existem vários tipos de distúrbios alimentares, vou elencar alguns deles

          

  1-   Anorexia

O medo excessivo de ganhar peso, fazendo o paciente evitar comer ou quando o faz, pratica exercícios ou mesmo provoca vômitos para não ter esse ganho de peso, que a pessoa imagina "distorcer" a imagem que ela tem de um corpo magro e saudável. Esse paciente tem uma questão muito complexa, pois ele se vê como gordo, e por isso evita alimentos, e mesmo que mostrem a ele que está magro, não se aceita, a imagem dele é distorcida da realidade, o que torna necessário acompanhamento psicoterápico, e até psiquiátrico com medicamentos que estabilizem humor e controlem ansiedade e depressão. O nutricionista também ajuda muito com esse paciente, pois o acompanhamento multidisciplinar, visa reformular uma interação do indivíduo com o alimento.


  2 -    Bulimia


Neste caso o indivíduo come de forma desordenada e para evitar o peso, provoca vômitos, faz uso de laxantes, pratica atividades físicas até a exaustão comprometendo seu organismo com estresses e ansiedade. O profissional da Psicologia pode ajudar o paciente se "conscientizar" do mal que faz ao seu organismo, aliviando o estresse, ansiedade e crises de humor, com Psicoterapia Focal ou um trabalho na linha Cognitivo Comportamental, entre outras mais, para leva o individuo a se olhar e se vê de um modo positivos e mais significativo a imagem que apresenta ao mundo. O nutricionista aconselha e orienta a uma adequação de rotina mais saudável e produtiva, assim tornando o tratamento mais eficaz.


  3 -  Compulsão alimentar


A principal característica é comer desordenadamente, essa falta de controle faz o individuo ganhar peso, e diferente da Bulimia, ele não procura um meio compensatório, como laxantes ou exercícios, mantem o ganho de peso, muitas vezes, de forma acelerada e vai ficando mais ansioso com a questão alimentar, e se isolando muitas vezes do convívio social, o que facilita ele chegar a obesidade mórbida. Neste caso o paciente precisa reaver o controle sobre sua vida e sobre o que ingere, eliminado alimentos gordurosos e açucarados que prejudicam as funções básicas, tais como circulação sanguínea, aterosclerose, diabetes entre outras doenças que acometem o bom funcionamento do organismo. O Psicólogo trabalha com o individuo no foco da alimentação e de como a comida afeta seu humor e rotina, alinhando a traumas e episódios em que a comida serviu de recompensa em situações anteriores, e assim faz a pessoa conseguir se livrar da culpa e lidar melhor com a alimentação, que em muitos casos, é a fuga de um problema não resolvido ou questão deixada no subconsciente por medo da exposição e críticas. O nutricionista orienta e tenta nesse foco melhorar a rotina alimentar do indivíduo.

   4-   Ortorexia

Uma das condições surgidas a bem pouco tempo, em que o indivíduo fica extremamente preocupado com o que come, evitando comer fora de casa; procurando sempre alimentos orgânicos, e quase se tornando paranoico quando o assunto é alimentação. Sabemos que todo extremo é prejudicial, portanto comer de tudo e de forma desordenada sobrecarrega o corpo, e evitar muitas coisas, fazendo uma seleção restrita traz prejuízos também, pois a pessoa se vê refém de algo que ela cria para si, o medo de ser contaminada, intoxicada e ficar adoentada se consumir algo fora dos "padrões saudáveis". O trabalho psicológico aqui, é minimizar esse impacto que a ideia de alimentação tem para o individuo, através da terapia Cognitivo Comportamental, Psicologia Positiva, Análise, Gestalt entre outras formas, para a pessoa entender que podemos ser saudáveis sem sermos tão restritivos.

 
  5 -    Vigorexia


Conhecida também como Síndrome de Adônis, o transtorno dismórfico muscular leva a pessoa a praticar atividades físicas constantes e extenuantes, a fim de delinear o corpo perfeito. Faz uso de produtos artificiais e farmacêuticos como suplementos alimentares para conseguir chegar aos que imagina ser um corpo saudável e ativo. Evita muitos alimentos e acaba tendo crises de ansiedade, dorme muito mal, reclama de dores musculares e faz uso de medicamentos para aliviar as crises, o que gera mais descompensão no organismo. Uma pessoa nesse estado, ela só vem procurar atendimento profissional quando se sente muito descompensada, pois enquanto está conseguindo lidar com os sintomas vai seguindo com sua rotina exaustiva. O Psicólogo precisa trabalhar auto estima do individuo fazendo o ver que ele tem uma imagem muito além na realidade inserida. Profissionais de nutrição e personal traines ajudam a pessoa aliar melhor com alimentação e treinos.


  6 -     Síndrome de Gourmet


Transtorno raro que leva o indivíduo a se preocupar desde a compra do ingredientes para o preparo do prato até sua finalização. Aqui vem a questão do exagero novamente, pois preocupar-se com os ingredientes e nutrientes dos alimentos é algo aceitável e necessário, mas virando uma obsessão torna-se algo desconfortável para quem vive com a pessoa, que sempre busca informações e fica horas e horas preparando o alimento e se dedica a pratos exóticos e muito elaborados, o que o leva comer muito também, e se não se cuidar gera obesidade. O trabalho profissional aqui é conseguir fazer com o paciente sinta- se menos "pressionado" com a questão de saber de tudo sobre o alimento, e busque a viver de forma mais natural e nutritiva possível, sem exageros com a comida.


  7 -     Outros transtornos alimentares

Noturno: A pessoa sente-se fadigada pela manhã, pois adquiriu o hábito de comer muito durante a noite. O indivíduo acorda pela madrugada e faz lanches, frituras e come muito, e não é de forma esporádica e sim constante. Deve ser tratado a questão do sono com medicamentos e estabilização da rotina de alimentação ou reeducação.
Diabulimia: a pessoa portadora de Diabetes, geralmente o Tipo 1, dispensa o uso de insulina, que controla o açúcar nos sangue, para não ganhar peso. Pessoa se torna irritadiça, ansiosa e com descontrole da alimentação. O profissional orienta a cuidar da saúde de forma global, e focar na auto estima.

  O corpo humano é naturalmente feito para queimar calorias e produzir energia, temos enzimas que fazem esse trabalho de forma ininterrupta, e o bom funcionamento depende de um ingestão ponderada e mais saudável, sem cair no exagero e na restrição severa. A questão alimentar é algo a se debater e fazer esclarecimentos sempre, para mim deveria ser desde a pré escola, com informações já nessa fase, claro sabendo que a pessoa é um reflexo da família, seria algo com resultados para décadas. As redes sociais explodem com muitas dietas e formas de reduzir peso, o que faz com que a pessoa sinta-se perdida em meio a essas informações que chegam de forma vertiginosa.  Aos poucos podemos "acostumar" o corpo que ingeria sempre calorias, gorduras e açúcares, a se manter ativo sem esses ingredientes ou diversificar a alimentação, ingerindo o que gostamos e nos faz bem; vale sempre o bom senso e a ponderação. Essa "máquina humana" funciona bem se estiver hidratada e alimentada com frutas, verduras, legumes e sim, uma pizza, macarronada ou churrasco, vez ou outra não será motivo de alarme, desde que não se cometa exageros ou sejam frequentes a idas ao fast foods e ingestão de calorias sem ter uma rotina mais saudável. 



Lilian Ferraz
Psicóloga



Deus é bom, sempre! 🙏




Fonte de pesquisa:



Sua Saúde na Nova Era
Dr Camillo Marassi Leijoto
Editora Madras - 2023



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