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DOMO



Como aconteceu, não sei explicar
Quando demos conta, já estava lá
Às margens da nossa cidadela
Base alinhada sem passagens ou frestas


O domo que circunda a cidade
Causa desgosto e suspense
Tolhe totalmente nossa liberdade
O motivo exposto não me convence


Confusos personagens bem que tentam
cada um a seu modo lidar com a situação
Uns se atrevem e tentam quebrar o vidro
Outros fingem aceitar,mas vivem em atrito


Eu em meio a todos esses, me perco
Nas vãs tentativas de libertação também sofro
relembro como eram bom os tempos outros
De um viver alegre, aberto e sem malogro


Aqui, vou tentando criar outros meios
Por vezes, penso num ato de desvario
Depois me contenho, não me atrevo
Mas recebo de alguns, maus conselhos


Assim, vejo e lamento a visão embaçada
Pois olho através dessa imensa vidraça
Em meio a pensamentos comuns de união
escrevo um diário sobre nossa situação


Já disseram que o domo é imaginário
que nos prendemos de fato pelo medo
Coisa que não entendo, como isso fizemos?
Desejávamos o bem feito, saiu tudo contrário


Como os demais, procuro sair desse local
O domo não tem fossos, cercas ou muros
mas sua limitação é sólida, vigorosa e real
Imperfeição do Cosmo, limita o futuro


Há de se ter esperanças de algo mudar
Uma falha nesse espaço vitreo encontrar
Tento! Eles teimam! Todos anseiam o mesmo
Sair daqui e, livres como antes, sermos.











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