Diário de bordo

  Março, ainda março. Dias chuvosos e ruidosos. 

 Dias e noites onde as expectativas de melhorias foram se diluindo no impacto da realidade vivenciada.

  A morte chegou numa manhã de quinta-feira.Ela tinha enviado mensagens em sonhos ( vários em verdade, com pessoas já ausentes deste mundo). Nada mais a fazer. Tudo o que poderia ser feito, foi. Meu pai foi chamado ao mundo espiritual. Lamentações, crises de consciência, melancolia e inconformismo, tudo veio a tona no momento derradeiro. Sentimentos tantos implicados num enredo de décadas de olhares, palavras e atitudes, muitas vezes não entendidas, e leva consigo o motivo das manias e faltas ainda em vida.

  Agora, já passado alguns dias, a vida segue, ruidosa como sempre e o silenciar de quem se foi, nos mostra a nossa pequenez diante da unviersilidade da vida. 

 Março, mês das águas, estranhamente parou de chover.Eu,relutante e avessa, nem consigo escrever.


  Fim do registro


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