💢 Azar danado 💢
Estava bêbado.Tinha motivos de sobra. Pegou a namorada no flagra com o melhor amigo
Fez um escarcéu. Gritou, berrou e foi para o bar, onde tomou um porre daqueles. Tudo errado naquela semana. Bateu o carro ao fazer um desvio num local proibido, resultado: conserto e multa. Trabalho tudo atrasado. Chefe reclamando e dando bronca e para finalizar essa pouca vergonha da Iracema; para ele João, a coisa estava fora do controle na sua vida.
Foi para casa com a decisão tomada depois de vários copos de cerveja, rabo de galo e martini. Iria dar conta dos dois infiéis, tinha uma arma em casa e queria resolver tudo na bala. Lá chegando, se espantou no pouco raciocinio que ainda tinha; a casa tinha sido assaltada. Tudo revirado, gavetas abertas e roupas pelo chão. Levaram pouca coisa, alguns equipamentos eletrônicos , uns trocados da gaveta da cômoda do quarto e a arma. Levaram a arma e munição. Esmurrou a parede! Chutou os objetos deixados no chão. Depois, não se conteve, caiu no sofá, e começou a rir da sua desgraça. Histericamente dava gargalhadas.Falou como se tivesse alguém ali:
- Iracema sua ingrata e você Fernando, que cara mais falso, vocês se merecem. Tomara que se casem. Vocês são falsos e se merecem.Que se lixem! A voz foi ficando pastosa, os olhos pesando.
Adormeceu no sofá.
🍀 Sorte grande 🍀
Apostava sempre na loteria. Entre tentativas ganhava uns trocados aqui, uns reais ali, assim se motivava a jogar. também jogava no bicho.Ilegal, mas aida assim valia apena, vai que dá certo.
Viveu metade da vida nessa situação, sonhando com uma viagem a Europa, coisa de gente rica e abonada, pensava Eurípedes. Também gostaria de passear de trem lá pelos lados da Rússia, uma viagem longinqua e cara. Trabalhava como assesora de um deputado, sabia que quando o edil não fosse reeleito teria que dar seus pulinhos em outra área, se formou em Gestão pública e ainda dava aulas particulares de espanhol, mas ainda assim não era um fortuna que tinha em economias.
Continuou tentando a sorte grande, afinal já estava com 42 anos. Eurípedes não quis casar, mas agora pensava se encontrasse alguém que fosse parceiro, porque não?
Um dia, um novo morador no prédio chegou, e alguns falavam do mesmo, como sendo um solteirão por volta dos seus 65 anos, educado e tranquilo. Eurípedes não o tinha visto até aquele dia, ao cruzar com ele no elevador. Olhares se cruzaram e ela sentiu, era ele o parceiro que esperava. Parece que a sintonia foi imediata, pois já se apresentaram e trocaram números de telefone. Entre conversas, emojis e xavecos todos os dias, o amor foi construído ou descoberto.
Casaram-se e ela foi passar a lua de mel em Foz do Iguaçu, feliz e radiante. Não tinha ganho na loteria, ele o marido, era um professor universitário aposentado, portanto não dispunha de grandes recursos financeiros, mas eles estavam felizes. Partilhavam sonhos e compartilhavam muitas alegrias.
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