
numa escrita aleatória e inconstante.
Crio enredos de um mundo distante,
bordo efeitos de brilho nas linhas,
gravo símbolos dos sonhos que tenho
numa costura de retalhos a qual me empenho.
O tempo sempre inexorável e volátil,
escapa de mim e impõe a desconstrução
do cofre onde guardei segredos e anseios.
Deteriorado pela ação de tempestades,
granizos, geadas e ventanias
onde a ferrugem, a resistência do ferro,
se impõe, gradativamente, a consumir tudo...
vai levando nas linhas o que ainda resta aqui
No final, restará a poesia mal falada
e, em algum canto, por um bardo declamada
Foto: arquivo pessoal
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