Pular para o conteúdo principal

O equívoco


Gumercindo vivia cismado.
Tudo para ele tinha algo a mais.
A dúvida consumia seus dias. A mulher o traía?! Ouvira fragmentos de conversas, vindas do outro cômodo. Ficara em dúvida. Desconfiava, não tinha certeza de de nada.
Restara seguir e confirmar. Foi o que fez, e viu. Seus olhos não acreditavam. Lá estava Celina
conversando, animadamente, com um homem de meia idade mas bem apessoado. Quem seria? Não iria se humilhar a ponto de se expor a vergonha do caso na frente de todos . Decidiu
retornar para casa e lá a confrontar
Assim o fez. Esperou, Impaciente, ela voltar e já preparou o que iria falar. Não engoliria a desfaçatez dela. Celina sempre fora muito recatada e discreta , nunca houve nada de concreto que ele tenha visto ou ouvido, mas ultimamente, as conversas no celular; irmã sempre ligando fora de hora. Ela sabia que ele era ciumento, então por que fazia isso. Já tivera outros rompantes lá no início do casamento, antes dos filhos, e agora, já com mais dezesseis anos de casados, ela ainda se sentia enciumado.


Ela chegou, nem bem abriu a porta, Gumercindo, carrancudo e de mau humor, já a destratou. Celina ficou aturdida a principio, mas temntou falar, com calma sobre o que estava sendo cobrada. Ele nem deu tempo ;choveu uma série de palavras bruscas a ela. Ela disse que havia se encontrado, mas nada do que estava imaginando. Tentou justificar. Para ele era o cúmulo. Ele não quis ouvir. Falou, berrou e expôs sua contrariedade. Brigaram feio!


Ela disse que ele estava era doido. Cismava com ela a toa, e não deixava ela se explicar. Depois dos impropérios ditos. Ela disse: Cansei! Fique você e suas dúvidas. Não quero mais ficar com você.
Foi para o quarto, chorou, arrumou as malas e foi para a casa da irmã em Sorocaba.

Os dias se passaram e ele, mais indignado. Como ela pode? Ele confiaria nela, e ela estava de encontros furtivos.

Depois de dois meses, a cunhada o encontrou numa casa de amigos, e lhe disse que Celina estava feliz por ter encontrado o pai. Elas eram filhas de relacionamentos diferentes, e o pai de Celina havia sumido quando ela ainda nem havia nascido, e depois de anos, arrependido, voltou a procurar a filha. Celina estava contente por ter encontrado o pai que nunca conhecera; ainda que seu casamento tenha tido um fim melancólico.












Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Apresentação

A vida é uma grande viagem, com direito a várias paradas em estações a escolher; nem sempre podemos optar por não levar bagagens conosco, outras vezes, temos a escolha e nos quedamos frente à muitas objeções e contestações externas, sobre o que carregarmos e até onde podemos levar tudo que amealhamos em vida, sejam os laços sanguíneos, de amizade, ou coisas materiais, que nada podem agregar ao sentido pessoal da nossa viagem. Por entre vias, veredas e atalhos, vamos seguindo nesta "nave" com direito a erros e acertos, conquistas e perdas, nada é terminal, a não ser a própria finitude em si. Depositamos na vida todos nossos anseios e sonhos, e na viagem, temos muitos felicidades e também dissabores, entretanto, somos nós autores desta escrita diária que se faz com lágrimas de alegria ou tristeza, sempre imprimindo uma nova ordem a um caos interno que buscamos o tempo todo apaziguar.  Somos etéreos em espírito, somos humanos falhos e aprendizes.  Vamos seguindo ora...

Lilian

Uma coisa é fato, quando se tem alguém na família esperando bebê ou uma amiga nesta fase, a primeira pergunta que se faz é sobre o sexo da criança, e logo em seguida, a mais comum de todas, já escolheu o nome? Houve uma época, em que não se tinha muita preocupação com nomes próprios, escolhendo o básico de acordo com a cultura local, hierarquia familiar ou conceitos religiosos. Assim foi na minha família pelo lado paterno, onde os nomes seguiram uma questão alfabética e também respeitando as homenagens a antepassados. (Antonio, Alice, Alfredo e Isaura), e assim não fugindo muito ao preconizado na época para nomear os bebês. Nas gerações posteriores, na minha família, claro, houve mudanças, pois com o conhecimento de outras culturas e a leitura de livros sobre o tema e mais recentemente, a busca no site de nomes próprios, há uma mescla de nomes de origem norte-americana, francesa e até misturaram nomes com radicais indígenas, para criar algo específico para a criança ab...

Diário de bordo

   O mês de maio avança no calendário, e temos noticias daqui e do outro lado. Em terra "brasilis" perdemos o expoente do espiritismo, Divaldo Franco, partiu para o mundo espiritual num dia 13 de maio, vitima de complicações advindas de uma doença no trato urinário, e pese o fato de ser um pessoa de idade avançada, 98 anos. Divaldo semeou a fraternidade e comunhão como poucos, se dedicou mais de sete décadas ao estudo e disseminação do espiritismo, atendendo pessoas em situação de conflitos, outras com problemas físicos e psíquicos, além de marcar por onde passava com seu carisma a máxima da doutrina espirita, sem caridade não há salvação. Foi exemplar na sua conduta e postura com o ensinamento.   Tivemos outros fatos marcantes, como a eleição do substituto do Papa Francisco, agora um Papa norte americano, com  vivência na América do Sul, por mais de três décadas, mais precisamente no Peru. Robert Francis Prevost, agora é Papa Leão XIV, nome escolhido por suceder Leã...