Celso era um bom rapaz, desses homens que são destinados a ter muitos amigos. Era inteligente, bom papo, sem ataques de soberba ou ira, tranquilo. Só tinha um porém, era mulherengo. Gostava de namorar, tinha uma moça que noivava, mas isto não o impedia de ter casos e encontros esporádicos.
Os amigos o aconselhavam, pois tudo podia desandar, de uma hora para outra, mas Celso, não o dava importância a essas recomendações, dizia ser exagero da turma, porque no fundo tinham inveja do seu jeito de ser.
Carina, a noiva, era mulher antenada no mundo. Cursava arquitetura e já estava com vezes de estagiar numa empresa de grande porte. Ela nem desconfiava das armações do noivo, e assim seguiam o compromisso.
Celso conheceu Iolanda no escritório de advocacia onde trabalhava. Ela era bonita, sensual, desprovida de recatos, usava roupas provocativas e tinha uma voz sedutora, tudo que um homem deseja; aquele apelo sensual e um jeito provocante de se fazer notar. Iolanda era uma mulher que atraia o pecado, pois era casada e não tinha recato. Já soubera que ela saía com alguns colegas do prédio . Ficou fascinado!
Não foi difícil a abordagem, pois Celso era um rapaz bonito e bom papo, tão logo teve oportunidade, se apresentou, ela muito receptiva não deteve qualquer forma de gracejos ou paquera, e assim dentro de poucos dias engataram um romance proibido e ardente.
Celso não via a hora de se encontrar com Iolanda. Ficava contando os minutos do encontro. Mulher fogosa e com experiência, tinha este apelo de ser proibido, o que dava a ele mais vontade de manter o caso.
Os amigos o alertaram, para não trair Carina desse jeito, ele não ligava, estava apaixonado e atraído demais por Iolanda e ela, levava o caso sem se importar com comentários maldosos, afinal sempre tivera a opinião de que a vida é para ser vivida e nunca fora mulher de refrear impulsos ou desejos por questões sociais. Celso e Iolanda viviam um tórrido romance.
Um dia combiram de viajar um final de semana, mas ele teria que inventar uma desculpa para Carina, na outra ponta, Iolanda tinha traquejo e sabia lidar com o marido, sem problemas.
Celso disse a Carina que iria a trabalho. Um Workshop, desses da empresa, ela achou estranho assim em cima da hora, mas ele inventou uma série de coisas que a fizeram crer, ser verdade tudo aquilo. E viajou, cheio de empolgação.
O casal se encontrou num hotel nas redondezas de Belo Horizonte, longe do Rio de Janeiro, onde viviam. Foi um final de semana, incrível para ambos. Voltaram na noite de domingo, e depois cada um para seu canto.
Celso, tão logo chegou, ligou para Carina, ela não atendeu o celular. Foi tomar um banho e depois fez outras tentativas, nada. Foi até a casa dela. A mãe de Carina o recebeu, sem amistosiade, e foi clara ao falar. Expôs o acontecido. Carina havia recebido um ligação no sábado, dizendo sobre seu noivo e outra mulher. Ficou muito chocada e foi perguntar para um colega de trabalho de Celso sobre o Workshop, e este não sabendo que "precisava" manter a mentira, disse a verdade. que não havia workshop nenhum e nem sabia onde Celso estava. Carina ficou desolada. Não era a primeira vez que Celso inventava coisas em cima da hora para viajar, mas ela se forçava a crer que era apenas uma falsa impressão dela. Que nada! O noivo mentia pra ela e certamente, era por causa de outra mulher. Ligou para Roberto, amigo do casal, este ficou titubeante ao ouvir Carina indagar sobre o paradeiro de Celso, ela, por fim, percebia a situação. Roberto tentou arranjar fôlego para manter uma mentira, mas não conseguiu, pois sabia que Carina era um mulher que merecia a verdade. Rodeou o assunto é enrolou o que pode, e ficou claro que tudo estava errado. Carina não quis nem mais saber do caso. Ficou desolada com este fato. Celso sempre fora um carinhoso com ela, mas fazer essas coisas era demais para suportar. Ela não merecia, tinha juventude, beleza e trabalho. Não iria entrar num casamento onde predominava essa situação, a falsidade.
Decidiu por fim ao noivado. Pegou umas roupas c e disse a mãe que iria para Santa Teresa, na casa de uma amiga de faculdade, e iria terminar o noivado, pois Celso havia se mostrado uma pessoa falsa. A mãe já desconfiava do rapaz, mas nunca disse nada para não causar nenhum atrito entre elas. Concordaria com qualquer atitude que Carina fosse tomar neste caso.
Assim, a mãe entregou um enlpvelope, onde dentro havia um bilhete sucinto e sumário.
"Está desfeito nosso noivado, não me procure mais" e junto o anel de compromisso.
Celso estava pasmo. Tinha tudo certo, fazia das suas, sem se preocupar em ser apanhado numa mentira. Agora, ali parado entendia quando diziam que a mentira tem pernas curtas e que não vale a pena. Vivia com Iolanda um caso vulcânico e perdia o amor de Carina.
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