Carta para Felipe (O dignatário)

Bom dia,

Como estás?


A gente não consegue mais conversar, em virtude de tantas coisas que aconteceram e nos comprometeram no ano passado, e agora, ficamos mais distantes. Gostaria de saber como está vivendo, como tem sido seus dias, e se tens se cuidado como deveria.


Sabe, eu sempre achei estranho o seu modo de interagir com as pessoas, sei lá, com mensagens em redes sociais, e essas coisas, isto acaba dando vazão a tantas interpretações, e foi o que aconteceu. Você me enviou uns vídeos e mensagens no facebook, e eu não entendi o recado, pois estava num momento conturbado, e  voltada para meus problemas, depois você sentiu "desprezado" e me bloqueou na plataforma, mas sei que lês meus escritos lá, aqui e no meu site, por isso escrevo esta para ti.


Entenda, eu creio, que não se pode interagir ou construir relações onde há desconfiança e algumas neuras, no meu caso; uma relação, seja afetiva ou social se faz com exposição de fatos e caso, estas venham a causar constrangimento, se faz necessário uma certa ponderação do que se vai expor, o que convenhamos, você sempre foi muito ácido nos seus textos. Eu escrevo de amor, de solidão, de saudade, de alegria, de natureza com a mesma fluência, sem resvalar nos modelos pré-estabelecidos.  São fantasias? Talvez sim, talvez não.. Fica a cargo da imaginação do leitor. Me sinto bem quando leem meus escritos e dizem que é bom. 


Tenho ciência que as coisas são caóticas e, é bem desinteressante aos olhos de uma pessoa alheia ao contexto ,   mas o que seria  da vida sem os percalços!? 


Enfim, quero que saibas que não há de minha parte como você sugere um "descaso " pelo seu modo de escrever e uma pitada de inveja , nada disso, se   assim o fosse eu seria uma pessoa desleal. Tenho a ti como uma pessoa muito querida que veio nas asas do vento e sua intenção era apenas conhecer outros estilos e modos de vida, e o que viu não te agradou, por isso o teu sumiço  dos sites e da vida literária.  Sou uma pessoa tímida e receosa e não me sentiria bem neste enredo estranho que constrói em teus contos, apesar que minha vida monótona é simples traz este apelo pelas coisas diferentes e que são mesmo instigantes. Seria um pulo de um prédio, sem paraquedas. Fiquei muito encucada e cismada com você, mas pelo soube é comum na sua vida as pessoas te estranharem, enfim, gosto mesmo assim. Um grande amigo que me deu impulsos e dicas. 


Espero que esteja bem, no seu lugar preferido, aquela casa amarela, nas terras catarinenses, perto daquela linda cachoeira. Qualquer dia, me atrevo e tomo coragem de te procurar, mas enquanto não consigo isto fazer, deixo aqui, esta carta para você.


Se cuida aí, que me cuida por aqui.


Beijos a ti!

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