Poema para Ary

 



Através dos meandros de sua dor

Vislumbras tênues raios de luz

Que, como espectros, vem a ti

Lampejos, flashes, vestígios

Que te guiam

Que te cegam

Desfigurando a imagem

Sobreposta que sua sombra

Projeta ao redor...


Há em ti

Algo que não ousas sentir

Que se insere no teu mundo

E tu, com essa blindagem

Não deixa emergir

Fica proibido enfim!

Trôpego nessa tortuosa ambivalência

Clamas por afeto

Enquanto esbofeteia o arauto

Incutindo a ele o espólio de sua

Obscura e frágil existência


Olho para ti

E tomo para mim, esse teu sofrer

Como poderia minha poesia

Te alcançar e te ajudar,

Nesse duelo intenso

Que travas consigo mesmo,

E a angústia e o teu medo combater?

 




Crédito da imagem: Pinterest 

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