Ruídos diversos se ouviam na casa ao lado, parecia sempre algo caindo, ou pequenos barulhos, mas que se faziam ouvir na casa geminada. O pai, nunca deu muita importância, a mãe pedia para avisar o proprietário, para quem sabe fazer uma limpeza lá, pois desde que o último inquilino foi embora, nãos e via limpeza e havia meses, poderia ser ratos. Deus me livre! Dizia ela, trazem doenças. A criançada nem dava importância, os barulhos eram mais noturnos, então já estavam quase sempre dormindo.
Um dia, a mãe, inconformada com a preguiça e falta de atenção do marido, foi conferir, lá fora, os barulhos, e ficou parada na porta, munida de uma lanterna caseira e uma vassoura nas mãos. Tentou enxergar pela janela, mas tudo escuro e o dono do imóvel tinha deixado uma cortina grossa , que impedia a visão, mas ouvia-se barulhos. Deu a volta na casa, pois nos fundos tinha uma porta, parou, iluminou e viu que havia um pequeno buraco ali, rente a soleira, só podia ser por ali que entravam ratos , o buraco era de tamanho apropriado. Ficou atenta. Grudou o ouvido na porta. De repente, ouviu um ruídos, tinha certeza, eram ratos. Esperou mais uns instantes e viu um pequeno vulto a se esgueirar pelo vão da porta, e saiu em disparada, era um gatinho branco e preto, que sumia entre os quintais ao lado. Deveria estar caçando, claro. Voltou rapidamente para casa,já sabia o que fazer.
Na manhã seguinte, o marido tomando o café, viu a esposa ajeitar um pouco de leite numa vasilha e perguntou intrigado, para que seria aquilo. Ela , sem dar muita importância ao marido, nem se virou e disse, que era para o gatinho. Oras, disse ela, com desdém, nem temos gato, mulher. Ela pegou o recipiente e disse, mas temos ratos na casa ao lado.
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