Pular para o conteúdo principal

A rua

 

Havia uma estrada que levava aqueles arredores, que eram pouco habitados. na verdade, no final da rua de terra batida, tinha somente um casebre velho, e  uma antiga figueira, que estava ali desde tempos passados , e umas três árvores que tentavam ornar a passagem, triste e abandonada daquela ruazinha. Naquela região, era tido como uma rua " morta", que não despertava interesse aos moradores. 

A rua não era longa e nem curta, tinha uma extensão considerável a um quarto de hora de caminhada.  Em seu entorno via se alguns arbustos sem flores, dependendo da estação.  Na primavera uns flores miúdas tentavam dar um aspecto de alegria na velha estradinha de terra batida que se seguia ao longo do percurso depois do casebre lá do começo.

Durante o dia, alguns moleques andavam por ali, a fazer umas arruaças escondidos das mães;  já durante a noite era erma de tudo. Escura e abandonada, sem aspecto que indicasse que a rua um dia, lá  em tempos idos, fosse trajeto de alguns camponeses para a região, onde buscavam melhoria de vida. O lugarejo não progrediu, os camponeses, muitos, desistiram; outros morreram e a rua ficou esquecida, sem nome, sem marcas, sem lembranças, apenas a velha figueira indicava, aos forasteiros, que ali uma rua, havia.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Apresentação

A vida é uma grande viagem, com direito a várias paradas em estações a escolher .Nem sempre podemos optar por não levar bagagens conosco, outras vezes, temos a escolha e nos quedamos frente à muitas objeções e contestações externas, sobre o que carregarmos e até onde podemos levar tudo que amealhamos em vida, sejam os laços sanguíneos, de amizade, ou coisas materiais, que nada podem agregar ao sentido pessoal da nossa viagem. Por entre vias, veredas e atalhos, vamos seguindo nesta "nave" com direito a erros e acertos, conquistas e perdas, nada é terminal, a não ser a própria finitude em si. Depositamos na vida todos nossos anseios e sonhos, e na viagem, temos muitos felicidades e também dissabores, entretanto, somos nós autores desta escrita diária que se faz com lágrimas de alegria ou tristeza, sempre imprimindo uma nova ordem a um caos interno que buscamos o tempo todo apaziguar.  Somos etéreos em espírito, somos humanos falhos e aprendizes.  Vamos seguindo ora...

Doce atrevimento ( Poesia nº 10)

                Na delicadeza dos toques teus sinto a leveza do amor que permeia  nessa intimidade doce e atrevida   Demoradamente me atiças na maciez dos lençóis me excita a suavidade aquece e incendeia  Atrevimento dos desejos em desalinhos   delicadezas e arroubos em uníssono fluindo    

O coelho e a raposa (Uma fábula atual)

Era uma vez um coelho, que não era branco e nem de conto de fadas. O coelho que não era branco se "amigou', se é que isso é possível no mundo animal, por uma raposinha dourada, que encontrou, por acaso, escondida na floresta. Ela, a raposinha, era pequena e ágil, mas só isso a caracterizava como tal, pois era muito medrosa e vendo o coelho que não era branco, andar por entre os arbustos, se escondeu. O coelho pressentiu que alguém o espreitava e não teve medo, foi tentando identificar pelo cheiro o que havia ali. Cheira daqui, cheira dali, o coelho que não era branco, entre galhos, amontoados,  folhas e ramos foi procurando. Até que achou encolhida, de olhos espantados,a raposinha dourada que estava numa fenda entre de uma pedra. - Ei! O que houve? Quem é você? Por que está escondida? Venha cá. A raposinha sentindo-se ameaçada tentava encontrar um meio de sair dali.  O coelho que não era branco, percebeu que a sua " amiguinha" de exploração era muito tímida ou medros...