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Alívio

 Uma panela de pressão precisa de uma válvula de escape para aliviar a pressão que vem do seu interior; uma represa precisa de um certo veio, tênue e corrediço para não deixar que a tal represa transborde ou rompa com a força das águas; um organismo vivo precisa estar sadio, física, mentalmente e emocionalmente, além de uma boa interação ambiental, caso contrário, ocorrem dores, conflitos, desgastes e toda sorte de mazelas que atacam o corpo humano, e para tal finalidade, buscamos alívio na medicação, fisioterapia, psicoterapia, religião e tantas outras intervenções medicamentosas ou não, sendo que a finalidade é a mesma, encontrar um alívio para o corpo, alma e coração . 

O peso dos dias, meses e anos vai ficar evidente à medida que vamos avançando na idade e parando então para refletir sobre uns ganhos, algumas perdas e umas tantas ilusões criadas ao longo da vida, o que vai de alguma forma, saturando os momentos vividos, causando um certo fastio ou tédio.

Tal qual uma grande invólucro, onde ficam acondicionados, emoções, pensamentos e sensações, o corpo  se ressente , pede sossego. O coração fica marcando o ritmo, ali no seu cantinho no peito, fazendo o essencial mantendo a vida ativa. Cabeça com pensamentos diversos em meio a tantas informações e contradições do cotidiano, ainda mais, numa fase tão singular como essa que a humanidade está a enfrentar. 

Buscar um alívio, para as dores do corpo, da alma e da desesperança que teima em dar uma "espiadinha" lá no átrio do coração não é tarefa fácil, alguns vão para as práticas de cunho religioso e/ou filosófico, como meditação; outros descarregam essa pressão dos dias, na interação com os demais; alguns ainda se aprazem das artes como válvula de escape, só sei que venho tentando há meses encontrar um alívio para a pressão dos dias, das mudanças ocorridas e com as cismas com aquelas que sei que ainda irão de vir. 

Já me debrucei em tentativa não muito proveitosas de culinárias, o que me rendeu alguns aborrecimentos na cozinha. Também  tentei me dedicar a atividades de leituras, e o fiz de bom grado, pois é algo que eu gosto, e assim li diversos autores, contextos e estilos, mas me exauriu um pouco, confesso, preciso retomar os autores românticos, talvez seja isso que me falte, o contato com esse enlace idílico e também acalentador. Também acabei por buscar escrever, mas quê? Inspiração, cadê você? Enfim, estou ainda " patinando" nessa seara, que não vejo que tenha fim tão breve, essa tal pandemia, e como estou numa idade mais madura, creio que mudanças hormonais, físicas, atreladas a questões emocionais e afetivas estão me deixando um tanto sufocada. Para aliviar, agora me pus a cuidar de plantas, que também nunca foi um hobby ou gosto, mas acabei por lançar um olhar mais cuidadoso a algumas espécies da flora. Essa semana irei comprar umas flores para pendurar em frente a minha casa, para dar um "up" e criar um aspecto mais aprazível ao lugar, visto que, ainda estou em fase de obras e há materiais de construção no local.

Por que escrevi tudo isso, assim de supetão, porque estava eu a digitar comentários meus nas páginas de alguns escritores e me deu uma dor nas costas, o que fiz? Recorri a um medicamento com o nome parecido com o titulo acima, o que de fato, gerou certo alivio nas dores lombares, e no demais, vou tentando aliviar a pressão rotineira das obrigações domésticas, sociais e emocionais, com textos, leituras, plantas e com meus gatos. Avante!






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