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Dia Quatro

 CARTA -POESIA


Dia quatro ou quarto dia
talvez aqui não haja carência
da ordem em que se apresenta
o inicio de uma carta-poesia.


   Já se passaram vários dias, meses e até fechamos ciclos anuais, em que motivados por uma fogosa inspiração, nos entregamos ao jogos de prazer e luxúria, em detrimento da razão, e agora, ficamos a mercê da inconstância do tempo.
   Você me disse que estava com problemas diversos, eu não acreditei, e naquela rua erma, numa noite de outubro quase te esganei. Eu, como você já sabe, tenho lá minhas limitações, são muitas coisas em jogo, família e segurança, não se pode jogar tudo para o alto e sair por aí com a cabeça na lua, a mão no bolso, e o bolso vazio, como você sempre o fez e queria. Sinto muito. 

   Nosso affair foi enlouquecedor, mas precisamos frear os impulsos, por isso te escrevo esta breve carta, não como um " chega pra lá" digital, mas como uma maneira simpática e não tão avessa de explicar por que viajei para longe e te abandonei.Precisava cuidar de mim e de outros… Você sabe bem.

   Saiba que mesmo distante, ainda penso em ti com aquele ardor de outrora,mas temos que ser sensatos e agir com cuidado e tato, para não ocorrer  alguma coisa que escape ao nosso controle.

   Você é muito, muito especial, e, por isso, mantenho essa interação e preservo o sentimento que mantém esse laço, nessa carta endereçada com amor, carinho e amizade.

       Beijos a ti

      Querido Záchary





Nota: Cada dia uma observação, um fato ou uma ilação, que gera um escrito nem sempre real, podendo ser fantasia o que expresso

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