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O autor

O autor nem sempre está inspirado

Mesmo quando por agentes externos

É atiçado ou provocado...

 

Doravante, o seu ímpeto é ditador

E, na contramão vai ditando o enredo

Na mudez em que se encontrava

Ajeita e enlaça fonemas e palavras

 

Numa escrita expressiva ou enigmática

Vai construindo dentre os vários estilos

Sonhos, exaltando desejos nos enredos

Fantásticos, impossíveis ou singelos

que vivificam a sua poemática

 

A privação de um corpo que lhe aqueça

A falta de um carinho do qual careça

O amor que, por vezes, se faz ausente

contrapondo sua essência de ser presente

Tudo isso leva o autor a se fragmentar

E nas linhas busca ele se auto analisar

 

O amor, a solidão, os anseios , o dissabor

Tudo vem atrelado ao um simbólico titulo

Já sabido que as paixões e frustrações

São temas de um enredo antiquíssimo

De vieses de amor, ódio, desejo e traições

Que fomentam e povoam a mente humana

Passando de gerações  a gerações.

 

Na sala do pequeno apartamento 81

A paisagem insólita de um dia chuvoso

Pensa em escrever suas desventuras

Má ideia! O autor disso se desvincula!

 

Como todos tem seus altos e baixos

Atormenta-se e cria nas tempestades

Vivencia e se inspira num dia de sol

Dias sim, dias não...arrebata-lhe a inspiração.

 

Mira o espelho que reflete a sua imagem

No vazio do seu quarto, a monotonia impera

No curso das  horas, arrastando o dia

Sem muitas novidades, flui sua poesia.

 

 

 

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