Pular para o conteúdo principal

Sobre guerras, combates e batalhas


Vivemos mesmo nessa época contemporânea tempos acirrados. Já não bastasse a tal pandemia para tirar o sono e o sossego de tantos; eleições americanas, ainda pegando fogo, com tantos imbróglios e senões; aqui, no país tropical, eleições municipais, vem recheadas de casos de agressão, tiroteio, emboscadas e até morte. Em pleno século XXI somos tão combatentes.

O certo é que sempre estamos em alerta. Como diz o adágio, viver é vencer uma batalha diária, então essa noção de guerrear, combater e se armar, é algo que vem sendo difundido desde os primórdios da humanidade. A própria Bíblia exalta essa questão da “batalha”, claro dando ao vocábulo um significado transcendental.

Quando entramos no mercado de trabalho, há uma guerra, que é tida como uma competição de talentos pelos Coachings e Gestores de RH. Ao sair da Universidade travamos uma verdadeira batalha pelo primeiro emprego na carreira, com exceção daqueles que já estão com algo entabulado.Todos os dias aparecem entraves, ou aqui ou ali, e vamos saltando, eliminando, desobstruindo ou senão recuando, e assim haja nervos para os embates diários, pois sabemos, a vida não é um mar de rosas, creio que para ninguém.

Hoje em dia, claro para guerrearmos não usamos mais arietes, nem pedras, nem lanças, nem espadas, e outras armas letais, guerreamos com armamento pesado e com potencial de dizimação em massa. No dia a dia, batalhamos com o que temos, uns arguição, outros sabedoria, uns interferências econômicas; outros tantos com boa oratória, e assim vai, cada um usa os atributos e artifícios que tem a mão e que produzem mais efeito.

Eu, de minha parte, confesso, vivo uma autêntica guerra de nervos, outro eufemismo que retrata a nossa índole de combatente. Ora isto, ora aquilo, são tantas incertezas e nuances do mascarado futuro que me deixa de cabelo em pé.

Neste mundo moderno e tecnológico o campo de batalha ganhou novos ares e salas. Virtualidade é a palavra. Em redes sociais e site diversos, há sempre uma discussão mais acaloradas entre representantes deste ou daquele segmento, com posições muito ortodoxa, e que descambam para a guerra virtual. As palavras sobram de qualquer modo e veem de maneiras mil, o que vale ali são as defesas mais ferrenhas com as palavras mais afiadas que navalhas.

Enfim, guerreamos de qualquer jeito,nem precisa ser com saliva (um bate boca de pular no gogó), ou com pólvora; estamos sempre prontos para o embate, mesmo que não saibamos ao certo qual, onde e como, parece algo inato, só esperando o gatilho disparar e dar a largada. A guerra está declarada.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Apresentação

A vida é uma grande viagem, com direito a várias paradas em estações a escolher .Nem sempre podemos optar por não levar bagagens conosco, outras vezes, temos a escolha e nos quedamos frente à muitas objeções e contestações externas, sobre o que carregarmos e até onde podemos levar tudo que amealhamos em vida, sejam os laços sanguíneos, de amizade, ou coisas materiais, que nada podem agregar ao sentido pessoal da nossa viagem. Por entre vias, veredas e atalhos, vamos seguindo nesta "nave" com direito a erros e acertos, conquistas e perdas, nada é terminal, a não ser a própria finitude em si. Depositamos na vida todos nossos anseios e sonhos, e na viagem, temos muitos felicidades e também dissabores, entretanto, somos nós autores desta escrita diária que se faz com lágrimas de alegria ou tristeza, sempre imprimindo uma nova ordem a um caos interno que buscamos o tempo todo apaziguar.  Somos etéreos em espírito, somos humanos falhos e aprendizes.  Vamos seguindo ora...

Doce atrevimento ( Poesia nº 10)

                Na delicadeza dos toques teus sinto a leveza do amor que permeia  nessa intimidade doce e atrevida   Demoradamente me atiças na maciez dos lençóis me excita a suavidade aquece e incendeia  Atrevimento dos desejos em desalinhos   delicadezas e arroubos em uníssono fluindo    

O coelho e a raposa (Uma fábula atual)

Era uma vez um coelho, que não era branco e nem de conto de fadas. O coelho que não era branco se "amigou', se é que isso é possível no mundo animal, por uma raposinha dourada, que encontrou, por acaso, escondida na floresta. Ela, a raposinha, era pequena e ágil, mas só isso a caracterizava como tal, pois era muito medrosa e vendo o coelho que não era branco, andar por entre os arbustos, se escondeu. O coelho pressentiu que alguém o espreitava e não teve medo, foi tentando identificar pelo cheiro o que havia ali. Cheira daqui, cheira dali, o coelho que não era branco, entre galhos, amontoados,  folhas e ramos foi procurando. Até que achou encolhida, de olhos espantados,a raposinha dourada que estava numa fenda entre de uma pedra. - Ei! O que houve? Quem é você? Por que está escondida? Venha cá. A raposinha sentindo-se ameaçada tentava encontrar um meio de sair dali.  O coelho que não era branco, percebeu que a sua " amiguinha" de exploração era muito tímida ou medros...