Eu, cachinhos anelados, pequenina
Brincava com meu irmãozinho
Lá no quintal, num lugar qualquer
Nas cercanias de um vilarejo
Na lavoura e horta o papai trabalhava
Mamãe, prestimosa, a cuidar do lar
E a nós, crianças, nos cabia, sonhar e
brincar
Eu fantasiava que era um gigante
Meu irmãozinho, um comandante, um
general.
E nessas fantasias, o mundo a gente
descobria
O mau a gente com valentia,
combatíamos.
E com penhor, sem saber o que era este
valor
Imaginávamos uma vida salutar,
abundante
Em que tudo era belo, certo e tinha
sentido
Os dias eram festivos em nossa
imaginação
Sonhos pueris, floridos e criativos
Que na infância ficaram para sempre
selados
Trazendo a nós, hoje adultos,
reticentes
Um pouco da magia dos sonhos deixados
ao léu
Num rico e fantasioso passado.
Comentários