Pego este papel, e uma aflição que me
agride, ali no papel, uma réstia de vida imprime
Ah! Este ato em desvario
em que me jogo na feita de algo tão
abstrato que vem de coração aturdido
Eis que preenche as laudas
numa escrita como se fosse um grito
O medo imperioso de ser
abrange toda a ambiguidade do que querer
se tem ou perde
Na ansiedade do viver...
Oh! o grande poeta cantava o medo da chuva
ai de mim, pobre mortal
infame e incoerente lira que surge
o medo do inesperado,do algo que
espera ali naquela curva
A faca afiada em forma de letra arrebenta
o casulo e expõe a ferida
Dói e mistura seiva e sangue
tentada a fugir busco outro verso
abstraído que a alivie e a hemorragia estanque.
Oh! versos soltos e sem direção
vão a esmo, sem jeito mesmo... criem lá no infinito
outro universo, onde não haja a tal conspiração
Manejo a caneta, tento e aqui me reinvento
no intuito de esmagar de vez esta verticalização
da minha ideia média onde deixei
faltar poética depreciando os anseios do coração.
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