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VAMPIRIZAR





Fazendo uma conexão com a vida, estamos sempre um busca de solução e por vezes, conseguimos para os conflitos, apenas, algo paliativo. Creio que para o escritor o mesmo se aplica, nem sempre este tem ao seu alcance a inspiração que é a essência de sua vida. Escrever por escrever, colocar no papel ou na tela do computador letras dispersas e por vezes, sem muito sentido, não trazem o efeito desejado. A inspiração surge quando menos se espera e alguns escritos, ficam desprovidos , num vazio, pois na ânsia de marcar um território, alguns cismam e registram o que não tem muita afetação com seu viver, apenas letras aleatórias de um ato mecânico de escrever.


Muitas vezes fazemos da vida alheia nosso ponto de partida para escrever algo que valha a pena, com observações aqui e ali e olhares furtivos, tentamos criar enredos fantasiosos e que cativem o público, nem sempre somos vitoriosos nesta seara, e causamos mais enfado do ânimo ao leitor que clica aqui e ali e vai escolhendo o melhor condiz com seu dia, humor e visão. A este ato eu nomeio de "vampirizar", pois é como se fôssemos sugando a seiva que emana do outro para alimentar nossas ideias, e nada tem de ilegal, pois no que tange a observação vamos sempre pinçando o que mais nos convém, claro reservando nomes e locais, sendo cuidadoso com tal ser, para poupar a todos envolvidos.


Ela, a tal inspiração, vem assim, sem avisar, chega numa mesa de bar, lavando louça na pia, tomando banho ou apenas sentado no banco da praça, fugindo do tumulto cotidiano.


Escrever, por escrever, escrevo eu sem cismas e nem rodeios, á espera da "musa sedutora ,"pode não render bons textos. Eu tento dar um retoque aqui e ali, usar termos mais rebuscados, enfeitar o texto e no final e agregar isto ou aquilo para dar mais ênfase ao enredo, nem sempre surte efeito positivo.

Enfim, nem tudo que escrevemos, digo por mim, condiz com que vivencio e nem tudo que vivencio, escrevo, algo surge e depois se esvai e nada fica de bom para o registro no texto, e por vezes, algumas coisas diversas e fora do meu mundo causam um potencial efeito construtivo na narrativa a se configurar em tela.

Agora, em busco de algo que me inspire, uma nuvem cinzenta no céu, um morador de rua, uma flor murcha, uma folha em branco esperando a "seiva" do poeta, então sem nada em mãos ou sem inspiração, vou "vampirizar" por aí, colhendo impressões para a compor a Vida.





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