Apologia



Não recusarei
o fel da inconstância
este mesmo que abrasa
meu corpo e veste-me
do escarlate da imperiosa
luxúria.

Disporei meus atos no cadafalso
junto às emoções difusas
sendo acusada por má fé
onde bradam  fartas indignações,
mas sentirei as intensidades
do meu ser.

Nas letras que desposam as ideias
no poema contidas,
serão por vezes mais retintas
ao indicar minha perdição
num mundo tosco e mundano.

Serei errada eu,
ao caminhar por entre vivendas sem
cor, saborear sem mesura
toda dor, ao buscar fragmentos
de vida?

Nas redes do tempo, não dormirei
todos sonhos belos e perfeitos,
eu, aqui sem culpa, os dispensarei.

Serei eu feliz assim?

Talvez.

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