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O beijo



Lendo uma poesia sobre o beijo, me veio à mente que este tema, muito cantando em prosa e verso, nos remete a imagens de cenas românticas e até mais íntimas, pelos quais todos nós, uma vez ou outra já passamos.

Lembro-me quando na infância via na TV cenas mais comedidas de atores se beijando, e claro, tinha horário. Hoje, tempos liberais, normal vê cenas na sessão da tarde, onde o beijo está inserido não no contexto romântico, mas puramente, sexual, com atores em cenas muito excitantes.

O beijo sendo uma demonstração de afeto e carinho tem suas variantes e ganhou destaque no cotidiano, sendo normal vemos casais se beijando durante o dia, e também, os beijos maternais e paternais; os beijos gays; os beijos de reverência, aqui uma ressalva, nem sei se nomeei corretamente, refiro-me aqueles beijos nas mãos de autoridades eclesiásticas ou em um objeto de valor religioso, tal como o crucifixo. A sociedade evolui e o seus costumes são adaptados à nova nuances e demandas de comportamento.

Confesso que nunca fui uma beijoqueira, pois minha educação não propiciou esta “facilidade” de contato, sendo que minha mãe, muito rígida e severa, não tinha como demonstração de afeto o ato de beijar.

Ainda, relembrando minha adolescência, tinha uma brincadeira chamada de Beijo, abraço,aperto de mão, em que ficávamos de costas, e escolhíamos a “vítima” para receber, o gesto mais ousado, na época, era o tal beijo e quem tivesse sorte, conseguia beijar o garoto ou a garota mais paquerada da turma. Tudo bem inocente, nada apelativo.

O primeiro beijo para mim não foi nada marcante, pelo contrário, foi incômodo, algo assim de supetão, um beijo roubado, e não gostei  nada de não ser consultada a respeito, mas enfim, éramos todos jovens e desejosos de experimentar as delícias que víamos nas revistas e filmes. No decorrer de minha vida tive meus beijos preferidos e até proibidos, e faço coro com os poetas e músicos que reverenciam este ato tão antigo e prazeroso, tem beijos que são inesquecíveis.



      Registro aqui esta linda interação, a qual muito agradeço.
                         




Rodrigo Fuego

             "Naquela noite, fiquei a esperá-la, encostado ao muro, alguns metros depois da entrada da pensão. As pessoas que passavam eram alegres. Eu pensava em qualquer coisa que me fazia sentir maior por dentro, como a noite.
As folhas de hera que cobriam o cimo do muro, e que se suspendiam sobre o passeio, eram uma única forma nocturna, feita apenas de sombras. Primeiro, senti as folhas de hera a serem remexidas; depois, vi os braços dela a agarrarem-se ao muro; depois, o rosto dela parado de encontro ao céu claro da noite. E faltou uma batida ao coração. O mundo parou. Sombras pousavam-lhe, transparentes, na pele do rosto. O ar fresco, arrefecido, moldava-lhe a pele do rosto. E o mundo continuou. Ajudei-a a descer.Corremos pelo passeio de mãos dadas. A minha mão a envolver a mão fina dela: a força dos seus dedos dentro dos meus.
Na noite, os nossos corpos a correrem lado a lado. Quando parámos: as nossas respirações, os nossos rostos admirados um com o outro: olhámo-nos como se nos estivéssemos a ver para sempre. Quando os meus lábios se aproximaram devagar dos lábios dela e nos beijámos, havia reflexos de brilho, como pó lançado ao ar, a caírem pela noite que nos cobria."O beijo...

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