palavrasnotasevivencias

Os dias ficaram mais cinzentos e anuviados   A tarde se esvai arrastando consigo  sua melancolia   Ventos brandem  na varanda  inconformados   Fito ali o mar  em sua incômoda agonia   Sussurrando amores desfeitos numa rude plangência a entoar Lamentos do que já fora um belo sonho   um dia    Voeja sem rumo  aquela  gaivota  solitária   Buscando um  refúgio  na fúria do mar aberto   Alçando voos rasos, esparsos na ilusão libertária Seu esforço vai sumindo na tarde  já tão fatigada Indicando os compassos de  sua frágil  desorientação Nos espectros do dia vislumbra perdida a tarde orvalhada Ressoando ao longe   apenas um triste canto de sua desolação    

Tentei compor uma canção Que tocasse seu coração Vi o pássaro e sua melodia Então, imitei sua cantoria Fracassei...não sei compor Tentei então fazer poesias Falando de amor e alegria Inspirei-me no pôr do sol Tingi os versos da cor do arrebol Infeliz, eu fui...você não gostou Tentei o amor pintar em tela E criei uma linda aquarela Num cenário paradisíaco Retratei o amor de modo onírico Inútil foi...você nem olhou Desisti das partituras Engavetei os poemas Abandonei a paleta de cores Não vou insistir na desventura Mudei na minha vida o tema Desisti de ti! Viverei outros amores

Perdoa, essa falta de jeito e este realce dos meus defeitos. Perdoa,essa maneira tão estranha de querer assim cheia de manhas. Perdoa, minha constante esquiva quando você de mim mais precisa Perdoa, bradar meus lamentos e fazer de sua vida um tormento. Perdoa,fazê-lo sentir tristonho quando não me importei com seus sonhos. Perdoa, entrar repentinamente em sua vida sem te ofertar nada em contrapartida Perdoa, essa mulher que não sabe expressar a  felicidade que é ter você a me amar. Entenda que mesmo se você não me perdoar ainda assim, continuarei do meu jeito a te amar.

O dia amanhece triste e nevoento, uma densa neblina a turvar. Impressões do poeta no momento, absorve e sente esse soturno ar. Inspira-se na dor em cada fragmento. Pensa... como foi bom amar! O dia amanhece triste e nevoento, uma densa neblina a turvar. O poema surge então de seu lamento, fica registrado ali, seu pesar. Pouco importa se o dia é cinzento, sua alma vive a prantear. O dia amanhece triste e nevoento.    

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Faço versos feios Não porque quero Eles me atropelam Quando os renego  Faço versos feios E não sou imatura Mas estes revelam Toda minha loucura  Faço versos feios Pois em minh'alma Povoada de receios Dão vida aos traumas  Faço versos feios Porque sou assim Vivencio a solidão Muito além de mim De um coração ferido Relatos do dissabor Doridos e sentidos Faço versos sem cor

Ventos que ressoam Alma se inquieta No limbo sonhos que ecoam São os versos do poeta

Sob o nobre manto da elegia Soerguem camuflados contra ti  Muros duríssimos de hipocrisia  A olho​​​​​​s vistos, tu és  impura Dizem uns, com certo fastio Tolos, cegos na redoma escura  Bradam as máximas da evolução  Culpando-te pelo elo que se desfez Sendo tu o cadafalso da perdição  Conserva em si, tão somente  Prazeres degustados a exaustão  Rasgando a monotonia vigente Exalando sua plena soberania Incólume aos que te devoram Regala tua satisfação com ufania Adornas a vida como bem quer Entre aspas tem lá seu preferido  Aquele que a faz se sentir Mulher!   

Percorre em mim Uma estranha sensação, Tornando-me assim Suscetível à perdição. Golpeia-me o desejo Como as ondas do mar, Desbravando segredos Nas areias sob o luar. Sinto-me assim, cativa Tento me esquivar... Mas ali fico rendida  Em seu enigmático olhar. O que resiste, enfim, É plena emoção Que digamos sim Ao que dita à paixão Se acende o desejo Intenso como o mar Permita-se, sem medo, Sem segredos, mergulhar.  Também serei cativo De teu intenso olhar E prometo, emotivo, Todos dias te conquistar! Lilian Vargas e Claiton Scherer Publicado em 23/09/2017 no Recanto das letras

                                         Ventos outonais inspirando amores Coração em flor

Chegou, tão inesperadamente, envolto numa névoa de fascinação, criando em torno de si uma aura enigmática e imantada. Propôs vida, foi acolhedor; distribuiu em palavras e sorrisos o desejado  amor. Algemou com fantasias corações arredios e fez crer, numa vã ilusão, que o amor florescia, àqueles então desacreditados do mesmo.Boa Inesperadamente, partiu! Sem acenos ou despedidas, antes de iniciar a primavera, deixando atrás de si um espectro de sonhos fragmentados. Foi visto pela última vez cortejando uma fria e distante estrela polar, que tornara - se então, seu maior desafio.