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Dueto

 

NUM CAFÉ, O TEMPO PAROU

I

Trago comigo um amor em segredo,
que tem morada na minha ilusão;
amor sem nome, sem culpa, sem medo,
que veio do fundo da solidão!

Pintei seu rosto na tela da mente,
onde o amor, em silêncio, florescia;
a cor do afeto — sutil e envolvente —
tingiu de ternura a melancolia.

Vaguei nas ruas da perseverança,
em busca de algo que nunca se achou;
no rastro fugaz de parca esperança,
o amor calado mais fundo ecoou!

Um dia o vi — por acaso ou bruxedo —,
num café, e então minha alma se avia;
surgiu qual fosse um feitiço de enredo,
e pensei: “Será ela? Quem diria!”

O tempo parou — tremi de surpresa —
não era a mesma, mas lembrava tanto,
que meu olhar se perdeu na incerteza,
e até busquei conservar o encanto!

Mas, sem defesa, rendido à realidade,
voltei à vida, ao mundo real!
E então, sentindo uma estranha saudade,
amei — de novo — um amor sem final!


Emana no ar um aroma de saudades

Sinto correr em mim intensa sensação

Ao visualizar tão perto, aquela cidade

Acomete de nostalgia meu coração


Visito o mesmo lugar, evoco lembranças

Você e eu, cumplicidade, sonhos e paixão

Num  baile de  primavera,  uma dança

O olhar, o toque, o sorriso... doce tentação


Vivemos os caprichos da paixão ardente

Momentos intensos de euforia e entrega

O amanhã era fortuito, vivíamos o presente

Mas o destino, eis que uma peça nos prega


As manhãs se tornaram menos romanceadas

O café já não vinha com um sorriso e uma flor

As tardes monótonas, destituídas de vigor

Noites onde o silêncio pesava...vidas mascaradas!


Culpa tua, culpa minha! Nunca saberemos

Os corações amam de modo diferente

Quis vivenciar contigo uma vida sem segredos

Porém, você tinha outros planos em mente


Olho aquele lugar e se agita meu coração

"O amor nos surpreende em contextos avessos"

Foi essa resposta que deste ao findar a relação

Verte na poesia a saudade da qual padeço




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