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Desértico









Noites e noites em claro

Na mudez da solidão,

Acompanhado da memória

De uma antiga canção

E na mão, outro trago

Lanço me assim num ermo

descompasso, de quem

das ilusões, sobrevive 

Escrevo, escrevo... Rascunho 

Nada bom, nada pronto 

Do tudo que era me desvinculo

Nessas horas nuas

Azedo é  o sabor da madrugada 

Tal como uma dama ultrajada 

Que ao amanhecer se sente violada 

Assim, é a liquedez desta inspiração 

Que escorre pelas paredes brancas 

E de se desfaz quando tento levantar a mão 

Gritante é o clamor das inconstâncias

Inerte, preencho o tempo com lembranças 

Ai de mim, coração! 

Farto estou da vertiginosa solidão. 






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