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Rua sem saída

 



Ó infância que não é de meus dias
Eu que revivo essas cenas na fotografia
Pessoas vivendo sem as atuais precauções
Sem sobressaltos e tantos ladrões

Em casas simples, de pinturas desbotadas
Vivia uma gente humilde, alegre e simpática
Que de forma saudável e muito empática
Sabia tirar proveito da vida ali tão pacata

Numa convivência amistosa nas janelas
Uma conversa solta entre moças e senhoras
Ouvia-se o refogado frigindo na panela
E a algazarra das crianças lá fora

Senhores debatiam com simpatia
os temas cotidianos, naquela freguesia
Desocupado não era sinônimo de folgado
mas nada escapava ao olhar da minha tia

Tudo assim, naturalmente, transcorria
Em tempos idos, como na fotografia
Hoje aqui, só lembranças e poesia
Daquela nostálgica rua sem saída

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