Pular para o conteúdo principal

Mar Incolor - Rodrigo Poeta











Defronte de mim …imensidão…
mar incolor… mar imenso…o mar sem fim…
onde tudo é igual … incolor até ao horizonte.
Sonho delirante...
Borbulha a luz crua … jorra saudade em mim..
Avisto uma vela distante
Silhueta de cor no seu incolor-cobalto.
Um rasgo de espuma branca
Invade a paleta de cores que manuseava…
Marcando a linha da costa em enseada triste...
Coágulos de poesia branca
Voam com as gaivotas em bando louco
Esvoaçando atraídas pela cor dos pincéis
à revelia do próprio mar…
Um abraço mudo do ruído de minhas mãos...
…lembra-me que não tenho asas para poder voar
aonde me levasse a insanidade de minha fantasia!
Quero ser gaivota e planar no teu mar..
Junto à água e bater asas rodopiante!
Poisar nas tuas contradições…que são brasas
que aos meu pés chegam aos borbotões de espuma.
No delírio das alturas…entre o céu e o mar…
longe de tudo quero pintar o mar...
Ah! Não ter asas e poder voar
Deixa-me a alma desvairada,
Entontecer-me de impotência...
Um rasgo de espuma branca
entre o incolor do céu e o teu do mar
 vou pintar até o sol renascer…
num clarão de vontades..
incendiando tudo… metalizando o mar...
Quando chegar a noite
Vou pintar também as estrelas.…
…uma a uma…
…e adormecer a vê-las...
..Depois sonhar..
…um delírio de cor onde nada é incolor…







Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Apresentação

A vida é uma grande viagem, com direito a várias paradas em estações a escolher .Nem sempre podemos optar por não levar bagagens conosco, outras vezes, temos a escolha e nos quedamos frente à muitas objeções e contestações externas, sobre o que carregarmos e até onde podemos levar tudo que amealhamos em vida, sejam os laços sanguíneos, de amizade, ou coisas materiais, que nada podem agregar ao sentido pessoal da nossa viagem. Por entre vias, veredas e atalhos, vamos seguindo nesta "nave" com direito a erros e acertos, conquistas e perdas, nada é terminal, a não ser a própria finitude em si. Depositamos na vida todos nossos anseios e sonhos, e na viagem, temos muitos felicidades e também dissabores, entretanto, somos nós autores desta escrita diária que se faz com lágrimas de alegria ou tristeza, sempre imprimindo uma nova ordem a um caos interno que buscamos o tempo todo apaziguar.  Somos etéreos em espírito, somos humanos falhos e aprendizes.  Vamos seguindo ora...

Doce atrevimento ( Poesia nº 10)

                Na delicadeza dos toques teus sinto a leveza do amor que permeia  nessa intimidade doce e atrevida   Demoradamente me atiças na maciez dos lençóis me excita a suavidade aquece e incendeia  Atrevimento dos desejos em desalinhos   delicadezas e arroubos em uníssono fluindo    

O coelho e a raposa (Uma fábula atual)

Era uma vez um coelho, que não era branco e nem de conto de fadas. O coelho que não era branco se "amigou', se é que isso é possível no mundo animal, por uma raposinha dourada, que encontrou, por acaso, escondida na floresta. Ela, a raposinha, era pequena e ágil, mas só isso a caracterizava como tal, pois era muito medrosa e vendo o coelho que não era branco, andar por entre os arbustos, se escondeu. O coelho pressentiu que alguém o espreitava e não teve medo, foi tentando identificar pelo cheiro o que havia ali. Cheira daqui, cheira dali, o coelho que não era branco, entre galhos, amontoados,  folhas e ramos foi procurando. Até que achou encolhida, de olhos espantados,a raposinha dourada que estava numa fenda entre de uma pedra. - Ei! O que houve? Quem é você? Por que está escondida? Venha cá. A raposinha sentindo-se ameaçada tentava encontrar um meio de sair dali.  O coelho que não era branco, percebeu que a sua " amiguinha" de exploração era muito tímida ou medros...